Alimentação com base em plantas, exercícios e envolvimento social são alguns elementos para uma vida saudável
Frutas e verduras fazem parte de uma alimentação ideal | Foto: Ellen Cogo
A busca por uma vida longa e saudável está cada vez mais em evidência, e por isso, a alimentação é um fator relevante para conseguir viver mais. A conexão entre a alimentação e a longevidade são vistas nas chamadas ‘Zonas Azuis’, locais onde as pessoas possuem uma alta expectativa de vida, que geralmente, ultrapassa os 100 anos.
As ‘Zonas Azuis’ são locais onde a população possui hábitos e um estilo de vida considerado mais natural. Existem cinco zonas azuis no mundo, que são caracterizadas pelos cientistas por possuírem práticas que colaboram para a longevidade, como: colocar a família em primeiro lugar, não fumar, dietas com base em plantas, atividade física moderada e constante, e envolvimento social. As regiões mapeadas são: Loma Linda (Califórnia), Península de Nicoya (América Central), Sardenha (Itália), Ikaria (Grécia), Okinawa (Japão).
De acordo com o nutricionista Gabriel Carven, que atua com atendimentos especializados em dietas vegetarianas e veganas, com foco em estilo de vida e bem-estar, a alimentação a base de plantas é comum nessas regiões do mundo. O nutricionista ainda destaca que existem padrões semelhantes, em relação aos alimentos, entre as populações das ‘Zonas Azuis’ “Os alimentos de origem animal são consumidos em pequena quantidade, normalmente ocasiões festivas. Ao contrário do padrão atual de consumo diário”, afirma.
A ligação entre a alimentação baseada em plantas e uma vida mais longa e saudável, acontece devido ao tipo de dieta que tende a ser mais baixa em gorduras saturadas, sendo um dos principais motivos da redução do risco de doenças cardíacas. Alimentos vegetais são ricos em antioxidantes naturais e fibras, que colaboram no combate de inflamação e ajudam a melhorar a saúde digestiva.
O estudante de Educação Física, Felipe de Souza Schelbauer, tem 23 anos, conta que tenta seguir uma alimentação balanceada e uma rotina de exercícios físicos, com a prática diária de Crossfit e corrida. Desde que parou de consumir carne, Felipe notou algumas mudanças no corpo e na disposição. “Algum tempo depois de parar de comer carne, percebi que a disposição era bem melhor e que, principalmente, não ficava mais tão cansado após a refeição”, conclui.
A grande discussão é o que seria uma alimentação saudável? Esse padrão alimentar rico em origem vegetal e pobre em processados, industrializados e de origem animal é o mais importante”, esclarece o neurologista e pesquisador da medicina de estilo de vida, Marcelo Rezende Young Blood.
Ainda de acordo com Marcelo Rezende, o “segredo” para uma vida longeva não está apenas na alimentação e exercícios físicos, mas sim, em vários elementos. “Tem pesquisas que mostram que o fator mais importante é a quantidade de conexões com as pessoas. Hoje eu acho que um relacionamento saudável e evitar a solidão é essencial.” O neurologista também esclarece que o stress hoje é cientificamente comprovado como fator de risco e está relacionado com várias doenças, desenvolvimento de doenças do coração, diabetes, ganho de peso, alzheimer, parkinson, doenças inflamatórias, transtornos mentais etc.
Os hábitos citados servem para evitar, tratar e reverter doenças. Marcelo Rezende aponta que pacientes que têm diabetes tipo 2, ao seguir essas medidas, podem controlar a doença sem precisar tomar remédios. “O diabetes não desaparece, mas mantendo esses hábitos a doença não tem sinais de atividade, e ele não precisa tomar remédio”, diz. As únicas mudanças de alguém que quer tratar alguma doença com estilo de vida ou evitar, é a intensidade da mudança que você vai ter que fazer, que será definida através de acompanhamento médico.
Ficha técnica:
Produção: Janaina Cassol
Edição e publicação: Bianca Voinaroski e Camila Ribeiro
Supervisão de produção: Luiza C. dos Santos
Supervisão de publicação: Luiza C. dos Santos e Marizandra Rutilli