Estudantes foram realocados e têm dificuldades em se adaptar ao novo espaço
O Centro Estadual de Educação Profissional de Ponta Grossa (CEEPPG), localizado na Praça Espírito Santo, bairro Colônia Dona Luiza, interditado no final do ano letivo de 2023, prejudicou 1430 estudantes. Problemas relacionados a infraestrutura e falta de condições do local para andamento das aulas, motivaram o fechamento da unidade escolar que abrigava também 193 alunos do Colégio Estadual Colônia Dona Luiza, que foram realocados para o Colégio Estadual Alberto Rebello Valente, no mesmo bairro.
Para não prejudicar as aulas do CEEPPG, os cursos passaram por um breve período de ensino remoto e depois foram transferidos para o Colégio Instituto da Educação, até a atual realocação nas instalações do antigo Colégio São Francisco. Apesar da proximidade ao antigo prédio, pouco mais de 1 km de distância, o novo espaço não é suficiente para atender os alunos, uma vez que as salas de aula são pequenas e os laboratórios têm problemas. A dificuldade em obter sinal de internet em determinados pontos da instituição e laboratórios prejudicam o cotidiano dos acadêmicos.
Para Rayssa Severino Santos, estudante do 2º ano do curso de Desenvolvimento de Sistemas Integrados, o atual prédio é melhor em relação à manutenção e aos cuidados com as instalações. Porém as restrições de uso dos laboratórios de informática e problemas com a conexão de internet afetam a aprendizagem. “Um dos laboratórios de informática que tem no colégio fica no andar debaixo, e lá não pega internet, somente no andar de cima, mas ele é bem desfalcado. A gente tem somente aula teórica e às vezes temos aulas práticas no celular, o que não é bom para entender o conteúdo, colocar em prática e estudar certinho”, reclama. Rayssa destaca também que, durante o período de aulas remotas, a aprendizagem foi difícil. Problemas relacionados à internet de casa, além de questões familiares, ocasionaram a baixa frequência da estudante às aulas online.
Além das dificuldades relacionadas ao espaço, laboratórios e equipamentos, há outro problema: a falta de vagas de estacionamento para estudantes e funcionários. Marcos Vinicius França, aluno do curso noturno de Eletromecânica do CEEP, reclama das dificuldades para estacionar próximo à instituição. França explica que muitos alunos que vêm de carro ou moto à escola não conseguem vagas no pequeno estacionamento. Ele também reclamou da falta de espaço para a colocação de motocicletas, explicando que seria importante fazer demarcação na pista para esses veículos.
A direção do colégio está ciente das insatisfações dos alunos. José Roberto Alves dos Santos, diretor auxiliar da entidade, explica que as dificuldades enfrentadas em relação a estrutura e ao espaço são realmente problemas. Lá no CEEP (antigo prédio), eles tinham salas que caberiam facilmente 50 alunos. Aqui eles estão em um colégio a princípio destinado ao ensino infantil. Então tem salas que são bem pequenas. O diretor ressalta o importante trabalho que os professores estão fazendo para transformar o atual ambiente de estudo em um espaço agradável aos alunos, apesar de todas essas dificuldades.
Alguns cursos oferecidos pelo colégio, como Eletromecânica e Gastronomia, até conseguem usar os laboratórios improvisados para as aulas práticas, mas, o de Técnico em Segurança do Trabalho está passando por muitas dificuldades. Segundo José Roberto, as aulas práticas são oferecidas em ambientes livres do estabelecimento como a quadra esportiva e terrenos próximos a unidade escolar. Explica que este é o curso com maior registro de evasão, por conta dessas dificuldades. Não tem como você não concordar com a reclamação dos estudantes. “O que nós temos é esse colégio. Se ele não estivesse à disposição, eles iam ter que fazer tudo online. O noturno continuaria no Instituto de Educação e o resto seria online”, esclarece o diretor.
O antigo prédio do CEEPG segue sem movimentações de reforma | Foto: Luisa de Andrade
A solucão é reformar o espaço
Segundo o Núcleo Regional de Educação de Ponta Grossa (NRE), a prioridade era trazer os estudantes que estavam em aulas remotas para o presencial o quanto antes. Desde o primeiro sinal de interdição do antigo prédio, em novembro do ano passado, buscou-se incessantemente por um local que atendesse as demandas de espaço e de turno. As instalações do Colégio São Francisco, que pertence à Igreja Espírito Santo, foi a solução provisória encontrada. Segundo informações do Núcleo, o colégio CEEPG tem um contrato de 12 meses de aluguel com a instituição e ele pode ser renovado. Uma das justificativas dadas pelo Núcleo pela demora nas reformas da unidade, para adaptá-los às necessidades dos estudantes, é o fato de ser um prédio alugado. Nenhuma reforma passa sem o aval do locatário. Com relação ao prédio antigo, interditado, a direção do CEEP aguarda que o governo consiga recursos para construção de um novo estabelecimento para atender os acadêmicos ou que seja feita a reforma do antigo colégio, mas isso depende de estudos por parte do setor de engenharia do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Funepar) que deve avaliar a estrutura da edificação e os laudos periciais que indicaram a necessidade da interdição.
Ficha Técnica
Produção: Luisa de Andrade
Edição e publicação: Vitoria Schrederhof e Mel Pires
Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza
Supervisão de publicação: Luiza Carolina dos Santos e Cândida de Oliveira