Residentes no entorno do edificação alegam tentativas de furtos e de arrombamentos
Moradores da avenida Carlos Cavalcanti, principal via de acesso ao bairro de Uvaranas, vivem com a crescente sensação de insegurança devido ao abandono do antigo prédio da Vega Sopave, empresa de coleta de lixo que esteve em atividade até o final dos anos 1990. O local passou a ser frequentado por usuários de entorpecentes, pessoas em situação de rua e vândalos. Além disso, o espaço se tornou esconderijo para praticantes de furtos e roubos.
Segundo relatos de residentes e comerciantes da região, a presença de indivíduos suspeitos acontece há anos Um residente da região conta que já presenciou possíveis usuários de drogas invadindo o prédio, próximo à sua residência. “Uma tentativa ocorreu no ano passado, na semana de carnaval, e outra nesse ano, início de março. Havia sinais de tentativa de furto na janela da garagem. Até tiro já ouvimos durante a madrugada”, diz. A casa do entrevistado já sofreu duas tentativas de arrombamentos por pessoas que frequentam a área. Uma comerciante, que preferiu não se identificar, vive na região há mais de 30 anos e já sofreu uma tentativa de assalto. “Um homem se escondeu no prédio para tentar me assaltar e aí chamei a polícia. No sistema, foi verificado que aquele homem estava em liberdade condicional”, relembra a moradora.
Outra moradora da região, que também não quis se identificar por temer pela sua segurança, evita atividades cotidianas próximas ao local. “Eu fico com muito receio de sair a noite e eles estarem de olho no que nós estamos fazendo. Evito passar pela rua que dá acesso ao prédio, não deixamos mais os nossos cachorros em frente de casa e evitamos deixar portas e janelas abertas.”. Segundo a residente, algumas pessoas tocam as campainhas das casas próximas, fazem pedidos de roupas e/ou utensílios domésticos e, na sequência, são vistos pulando o muro da construção.
A Vega Sopave encerrou as atividades em Ponta Grossa há mais de três décadas. (Foto: Laura Urbano)
Ao presenciarem ações suspeitas, os moradores próximos ao local fazem chamados para a Polícia Militar. Porém, um dos moradores reforça que a presença dos militares não é suficiente. “Chamamos a polícia, mas enquanto os policiais tentavam entrar pelo portão da frente do local, os indivíduos evadiram pelos fundos na parte de cima da quadra e fugiram”, relata o morador.
Ao ser questionado sobre a situação, o 1º Batalhão de Polícia Militar do Paraná, por meio da assessoria de imprensa, explicou que, por se tratar de estrutura privada, a entrada para rondas e vistorias no prédio é restrita, o que impede que as equipes policiais atuem com efetividade nas ocorrências. Até o fechamento da matéria, a reportagem não obteve retorno sobre o detalhamento do número de chamados para atendimentos na região.
A reportagem também entrou em contato com o Departamento de Fiscalização da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Planejamento de Ponta Grossa para consulta da propriedade do imóvel. Segundo o registro do imóvel, o proprietário reside na cidade de São Paulo, o que dificulta o contato dos moradores da região de Uvaranas. Como forma de enfrentarem a falta de segurança, a vizinhança tem um grupo em um aplicativo de mensagem desde 2018. A criadora do grupo, comerciante e moradora da região, explica que a ferramenta é uma forma de comunicar sobre movimentações suspeitas e compartilhar informações sobre a presença de indivíduos no imóvel a fim de alertar os residentes locais. “A gente sente medo, claro, porque não sabemos quem está do outro lado. E a preocupação de nós moradores e vizinhos é essa, de não saber quem está do outro lado do muro”, relata.
Ficha Técnica
Produção: Laura Urbano
Edição e publicação: Livia Maria Hass e Mel Pires
Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Luiza Carolina dos Santos