Em 2023,  o município ficou em 34° no ranking do Fórum Brasileiro de Segurança Pública 

                                                            

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 2024, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, traz denúncias de casos de estrupo que aconteceram no ano de 2023. O ranking situa    Ponta Grossa entre as 50 maiores cidades  do Brasil com mais casos de estupro, ocupando a 34ª posição, com uma média de 69,8 casos a cada 100 mil habitantes. Para este levantamento, foram consideradas apenas cidades com no mínimo 100 mil habitantes. As taxas foram calculadas a partir da soma do número de vítimas de estupro e estupro de vulnerável informadas nas bases de dados compartilhadas por gestores de estatísticas dos estados e do Distrito Federal.

A assistente social Thais Gabriely Aniskievicz atua no Núcleo Maria da Penha (Numape), órgão ligado à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Segundo a assistente social a banalização do crime, a culpabilização da vítima e a objetificação das mulheres são fatores presentes na cultura do estrupo, o que interfere nas denúncias do crime, pois as mulheres ficam com medo de denúnciar. “A 'cultura do estupro',consequência do machismo estrutural imerso na sociedade,  tem raizes na ideia de que as mulheres são uma propriedade do homem”, esclarece.

Outro dado alarmante mostra que Ponta Grossa é a sétima cidade do Paraná com mais casos de violência em 2023. O estado  possui o maior número de cidades com índices alarmantes de casos de estupro  no país. No ranking divulgado, Guarapuava é a cidade  com maior média:  87,3 casos a cada 100 mil habitantes.

 A partir de dados extraidos pelo Numape, Thais relata que, o perfil das vítimas de violência sexual é diversificado,porém um padrão  pode ser observado, são mulheres entre 35 a 50 anos,

brancas e geralmente casadas.  O perfil dos agressores também foi traçado, costumam ser do sexo masculino, com relação de proximidade com a  vítima.A maioria é   composta por homens brancos com  idade semelhante à da mulher, entre 35 a 50 anos.

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), entre janeiro e junho de 2024, Ponta Grossa registrou 4.390 denúncias de violência contra a mulher. A assistente social explica que os órgãos da Rede de Proteção  à Mulher trabalham cotidianamente no enfrentamento aos diversos tipos de violência previstos pela Lei Maria da Penha. 

Os órgãos promovem um atendimento mais humanizado, e realizam  os encaminhamentos necessários para que a vítima tenha apoio e proteção após a denúncia. Thais ressalta que o combate à cultura do estupro tambem é tarefa de toda sociedade. “A sociedade em geral pode ter atitudes para reprimir tal crime. Ex: evitar o uso de falas que sexualizam a mulher, o posicionamento diante de uma piada ofensiva ou de uma violação, compreender a importância e apoiar/lutar pela educação sexual nas escolas, focalizada no consentimento”. Segundo o Instituto Maria da Penha, há cinco tipos de violência cometidos contra a mulher: violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. 

VIOLÊNCIA MULHER AGRESSÃO Scarlet Rodrigues

      O mês de agosto é considerado Agosto Lilás,  campanha que tem como objetivo conscientizar a população pelo fim da violência contra as mulheres e dar visibilidade ao tema. Além de ampliar a divulgação sobre os direitos das mulheres em situação de violência e dos serviços especializados para acolhimento, orientação e denúncia. Foto: Scarlet Rodrigues.

 

Onde denunciar

É possível procurar ajuda e denunciar casos de violência através dos seguintes telefones:

Central de atendimento à mulher (180). É  um serviço criado para o combate à violência contra a mulher que oferece três tipos de atendimento: registros de denúncias, orientações para vítimas de violência e informações sobre leis e campanhas. A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos é responsável pelo canal de denúncias, que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. O contato pode ser por telefone (180), chat online (site da Ouvidoria) ou aplicativo de celular (Direitos Humanos Brasil), desenvolvido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

 

Polícia Militar (190) - Em caso de urgência, emergência, ou até mesmo agressão,  basta ligar 190.Em caso de flagrante, a polícia pode entrar e intervir imediatamente.

Patrulha Maria da Penha: LIGUE 153 ou (42) 3220-1040 ramal 2105.

Delegacia da Mulher: 3309-1300

 

Também é possível registrar Boletins de Ocorrência através do site da Polícia Civil do Paraná (PCPR). Segundo o site, boletins de ocorrência pela internet só podem ser feitos por vítimas maiores de idade (18 anos) nos seguintes casos:

  • Lesão corporal (violência doméstica);
  • Ameaça;
  • Injúria;
  • Calúnia;
  • Difamação;
  • Contravenção.

 

Ficha Técnica

Produção: Bianca Voinaroski

Edição e publicação: Ana Beatriz de Paiva, Eduarda Macedo e Loren Leuch

Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Kevin Furtado