As propostas podem ser realizadas tanto em hospitais como em atendimentos individuais

 

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                              Quadros doados para o projeto "Olhar que melhora" para o hospital Santa Casa de Ponta Grossa. | Foto: Lívia Souza

 

Em agosto deste ano, a Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa lançou o projeto “Olhar que melhora”, iniciativa da artista visual e educadora, Cristina de Sá, com a colaboração de outros nove artistas, que doaram quadros autorais. A proposta tem objetivo de melhorar a estadia de pacientes e acompanhantes no hospital, proporcionando um ambiente mais acolhedor com a arte. O projeto se baseia na arteterapia, método que consiste no uso de várias formas de expressão artística com uma finalidade terapêutica. 

Segundo Cristina, a inspiração para a ideia veio quando seu filho precisou realizar exames em uma clínica de Curitiba, onde as paredes estavam repletas de obras de arte. “Foi uma situação muito tensa para nós, o exame durou quase duas horas, mas ver aqueles quadros enquanto eu esperava foi algo que me acalmou, e eu quis levar isso para outras pessoas”, explica. Além disso, ela ministra, há mais de 10 anos, aulas de artes para alunos com autismo, depressão, fibromialgia e outras condições. “Nem eu sabia, na época, mas os psicólogos e psiquiatras foram encaminhando seus pacientes para mim por causa do potencial terapêutico da arte”, conta.

Na cidade, o Ambulatório de Saúde Mental (ASM) oferece atendimentos de musicoterapia, prática clínica centrada na música para o tratamento, reabilitação ou prevenção de saúde e bem-estar.

A neuropsicóloga Aline Martins é especialista em musicoterapia e a define como: ciência que usa da música para conseguir se conectar com o sujeito. Apesar de ser uma técnica diferente da arteterapia, a musicoterapia também trabalha com elementos artísticos para o tratamento de pacientes com ansiedade, depressão e até mesmo problemas motores. “Eu faço uma anamnese, uma avaliação do indivíduo ou do grupo, e aí desenvolvo o plano de atendimento. Então, uma criança que ainda não tem a função do pegar, pode se beneficiar com o estímulo do instrumento musical”, explica. Segundo Martins, por englobar desde as necessidades físicas até as emocionais, a musicoterapia é uma técnica que pode ser indicada para pacientes de todas as idades. De acordo com ela, “o ser humano tem contato com a música desde o ventre da mãe, desde a batida do coração materno até os sons do ambiente que a criança consegue captar. A música está muito presente em nós, então acaba sendo um meio mais eficiente de acessar a pessoa”.

Tanto a arteterapia quanto a musicoterapia, apesar de serem técnicas reconhecidas pelo Conselho Nacional de Psicologia, não são necessariamente conhecidas pelo público e nem muito debatidas durante a formação de psicólogos. A musicoterapia, por exemplo, só foi regulamentada como profissão em 11 de abril deste ano, o que mostra o pequeno espaço que a técnica  tem no mercado. Mesmo assim, Martins afirma que a procura por esse tipo de atendimento específico aumentou. “A procura tem crescido principalmente por divulgações da técnica na internet e por pais que buscam esse tipo de tratamento para os filhos. Mas, para muita gente com quem converso, é uma coisa nova”.

 

Ficha Técnica

Produção: Lívia Souza

Edição e publicação: João Victor Lemos e Vitória Schrederhof

Supervisão de produção: Muriel Amaral

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Kevin Furtado