“Jornalistas são os principais alvos de ataques à imprensa nas eleições”, avalia dirigente sindical no Paraná

O Brasil é o 82° país no Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa. É o que aponta o levantamento de 2024 da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O número de ataques a jornalistas no país, sobretudo em períodos eleitorais, exemplifica a posição alarmante. Em 2022, ano de eleição presidencial, o número de ataques aumentou em 36%, de acordo com o relatório da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Foram 557 ocorrências registradas em 2022 e, destas, 145 casos vitimizam mulheres jornalistas. Os ataques costumam vir de agentes estatais como políticos e/ou agentes públicos.

O Paraná foi, em 2020, o estado com mais casos de agressão a jornalistas (15) na região sul, conforme relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Em um ano de eleições municipais, a diretora de defesa corporativa do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor-Pr), Aline Rios, enfatiza o papel do jornalista em relação à sociedade e à informação. “Quando falamos do processo eleitoral, talvez seja um momento que fique mais evidente (o papel) que nós jornalistas temos, no que se refere às responsabilidades, enquanto um pilar da sociedade democrática”, reforça.

A jornalista critica a violência e a burocratização contra os profissionais da área.  “O que vemos são as pessoas encerrando conversas com os jornalistas para atacá-los em outros cenários, comprometendo a credibilidade do jornalismo e o ambiente democrático”, avalia. A diretora esteve presente na noite de segunda-feira (12) no lançamento da campanha ‘PG contra desinformação’, que tem como objetivo combater as fake news nas eleições. A campanha é uma iniciativa do projeto de extensão em Jornalismo da UEPG, Combate à desinformação nos Campos Gerais, em conjunto com outras entidades sociais.



Por Karine Santos