O grupo foi reconhecido pela peça “Coração em Chagas”, premiada em 8 categorias.
O Grupo de Teatro Científico (GTC), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), teve destaque no 16º Festival de Teatro de Ibiporã (Festibi), realizado entre os dias 18 e 20 de julho. A peça "Coração em Chagas", encenada pelo grupo, foi premiada em oito categorias, sendo a sua primeira participação em um festival de teatro. "Coração em Chagas" recebeu indicações em onze das quinze categorias do festival como melhor atriz, concedido a Leila Inês Follman Freire, e o de melhor atriz coadjuvante, entregue à Talita Boldt Rodrigues . A produção também foi laureada por cenografia, figurino, maquiagem, direção, dramaturgia, e foi eleita como o melhor espetáculo do festival.
Jocemar Chagas é um dos coordenadores e fundadores do grupo e acredita que o teatro tem grande importância na formação dos universitários. “Um grupo de teatro é fundamental para que os alunos possam assistir teatro ou fazer teatro durante a graduação, enriquecendo a formação em qualquer curso que esteja fazendo”, comenta Chagas. Ele ainda afirma sobre a importância do teatro científico, que é de promover o conhecimento científico de uma forma que atraia as pessoas. “Teatro de temática científica é uma alternativa de chegar ao público com arte, com entretenimento e com conhecimento científico confiável”, finaliza o coordenador.
A coordenadora Leila Freire conta que foi a primeira apresentação em um festival competitivo. “A cenografia, o figurino, a maquiagem, a direção, a dramaturgia são composições e criações do grupo, então reconhecer isso e premiar isso a partir de questões produzidas no próprio grupo é muito rico”, expõe Freire. Ela foi premiada na categoria de melhor atriz, e após sua conquista começou a se ver mais como artista. “Esse prêmio, para mim, é o primeiro passo de um autoconhecimento, de um reconhecimento meu, de que eu sou atriz também. Eu não sou somente professora da UEPG, eu sou também uma atriz.”
Apresentação de peça do Grupo de Teatro Científico (GTC) com figurino e maquiagem feitos pelo próprio | Foto: Maria Fernanda Santos
A peça Coração em Chagas
A peça retrata a vida de Carlos Chagas incluindo a escolarização, casamento, principais descobertas como a teoria da infecção da malária, o reconhecimento e a morte. Além disso, a peça fala sobre questões sociais e divulga pesquisas desenvolvidas na UEPG, difundindo a ciência através do teatro. Jocemar conta que a ideia da peça surgiu de forma coletiva pelo interesse por saúde, cientistas brasileiros, e o coração. Para embalar as referências, o grupo passou a ouvir com mais frequência a música Yo Vengo a Ofrecer Mi Corazón, de Fito Paez. “Nós conseguimos, com a figura do Carlos Chagas, pegar todos os itens que aquele grupo inicial gostaria de falar. Surgiu a necessidade de pesquisar sobre a vida dele e a doença de Chagas, para criação do roteiro”, ressalta o coordenador.
Referente a construção dos cenários e figurinos, o trabalho do grupo é realizado de forma voluntária. “O cenário da primeira peça foi reciclado, nós ganhamos ele e usamos até hoje. Nós fizemos uma campanha de doação de rendas, então a comunidade universitária nos doou muitos metros de rendas e com elas fizemos parte do cenário e do figurino, basicamente, nossos guarda-roupas são doações da comunidade”, explica Jocemar. O GTC UEPG é um projeto de extensão que utiliza o teatro como ferramenta para a divulgação científica. Com uma abordagem interdisciplinar, o grupo envolve estudantes de graduação e pós-graduação, professores, agentes universitários e membros da comunidade externa, principalmente dos departamentos de Química, Matemática e Artes.
Ficha Técnica
Produção: Bianca Voinaroski
Edição e publicação: Luísa de Andrade, Maria Tlumaski, Mel Pires e Vitória Schrederhof
Supervisão de produção: Muriel Emidio Pessoa do Amaral
Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado