A prática está confirmada como modalidade nos Jogos Olímpicos de 2032

    Padel é um esporte que mistura tênis, squash e badminton e tem crescido na região sul do Brasil. Ponta Grossa está com demanda em muitas práticas esportivas novas, como o beach tennis, futevôlei e agora o padel. O esporte está confirmado para os Jogos Olímpicos de Brisbane em 2032, na Austrália.

    Embora o padel compartilhe semelhanças com o tênis e o squash, ele tem características próprias. Disputado em duplas, o jogo acontece em uma quadra menor e fechada por paredes. As regras são simples: a pontuação é semelhante a do tênis (15/30/40/Final), mas com algumas diferenças marcantes. A bola pode bater nas paredes, desde que toque o chão antes, o que dá mais dinâmica ao jogo. Além disso, o saque é feito por baixo e deve ser cruzado. O jogo exige concentração, tomada rápida de decisão e pensamento estratégico, o que ajuda a desenvolver a mente. 

    Lucas Gomes tem 24 anos e é treinador de padel em Ponta Grossa. Segundo ele, o padel é mais fácil de se jogar e aprender do que o tênis: “a raquete é menor e o jogo também é menos técnico que o tênis. Eu treino pessoas de todas as idades e garanto que é muito bom ver gente praticando o esporte com leveza, pois isso torna o padel mais atraente aos iniciantes”. Gomes considera uma honra treinar pessoas entusiasmadas com o esporte. Lembra a história de uma menina de nove anos que começou a treinar. Hoje ela se destaca no esporte e chegou a ser convocada para a seleção brasileira de padel. 

    Professor de educação física formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Leandro Macedo Rosa, 22 anos, recomenda o padel como prática esportiva para amantes do esporte. “O trabalho em equipe de quem pratica esse esporte deixa-o mais dinâmico e com mais facilidade na modalidade, portanto os rallys estão bem presentes nesse meio”. Macedo completa que, atletas de qualquer idade podem praticar a atividade, pois para o ser humano é importante sentir a adrenalina da competição e continuar com as práticas físicas em dia. “O esporte em duplas, dinâmico e tranquilo, possui benefícios convidativos às crianças e a terceira idade”, explica.

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A quadra de padel possui 20 metros de comprimento e 10 metros de largura | Foto: Lucas Veloso

    “Eu fui tenista durante muito tempo, mas por conta de lesões fui obrigado a parar. O padel por ser praticado em dupla, é acessível e, por isso, comecei a jogar. A dinâmica do jogo não me deixa cansar tanto quanto no tênis”, descreve Wily Schwarz, 68 anos. Schwarz destaca que o esporte é importante para a melhoria de vida das pessoas idosas. “Claro que não dá para comparar com atletas mais jovens, mas você adquire reflexos e movimentos que melhoram sua rotina e, também, a saúde.”

    Giuseppe Schwarz, 38 anos, é ex-atleta profissional de tênis e dono de uma academia de esportes que oferece beach tennis e padel, ele diz que enxergou um potencial em Ponta Grossa. “Ainda estamos iniciando nossas atividades e vemos que há futuros atletas interessados em  participar de competições nacionais e internacionais", esclarece Schwarz. Ele também relata sobre atletas que nunca pegaram em uma raquete e hoje já são considerados atletas de alto nível. “Estamos em Ponta Grossa há 3 anos incentivando o esporte. E agora muito mais com a chegada do padel. Temos três quadras aqui e estamos mudando o estilo de vida de pessoas que, muitas vezes, eram sedentárias ou focadas em outros esportes. Hoje não largam mais o padel”.

    No meio feminino, ele também tem se destacado. Cada vez mais as mulheres têm praticado o esporte em Ponta Grossa. Aurora Cappeletti, 30 anos, é advogada e começou a atuar no padel. Outras mulheres começam a se aventurar no esporte, o que é bom para a sua consolidação na cidade.  “Tanto o beach como o padel são esportes inclusivos. Aqui na academia, costumamos jogar com duplas mistas ”, destaca. Aurora também fala que, por conta do ritmo de jogo e da força, a partida entre os homens é mais agressiva, mas nada que afaste as meninas a praticar a atividade. Ela se considera uma atleta amadora, gosta de praticar regularmente o padel, porém não compete. 

   De acordo com o site Padel Alto, em termos de competitividade, ainda há disparidades na premiação entre os gêneros masculino e feminino. Os prêmios ainda são menores para as mulheres, mas as atletas espanholas Ariana Sanchez, Paula Josemaria e Bea Gonzalez são consideradas hoje as três melhores do mundo.

 

Padel nos Jogos Olímpicos e aspectos históricos do novo esporte

     A Federação Internacional de Padel, sob a liderança de Luigi Carraro, tem promovido o esporte globalmente, o que garantiu a sua inclusão no programa dos Jogos Olímpicos de 2032, em Brisbane. Pablo Lima, trigésimo no ranking mundial, é considerado o melhor atleta brasileiro. O gaúcho, provavelmente, será o favorito no Brasil para a disputa de medalhas nesta modalidade.

    O padel nasceu no final do século 19, a bordo de um navio, quando passageiros adaptaram o tênis às limitações de espaço físico. Originalmente chamado de “tênis de alto mar”, o esporte se desenvolveu e chegou à terra firme em 1924, trazido pelo norte-americano Frank Beal. Desde então, o padel evoluiu e se popularizou em alguns países, especialmente europeus, onde encontrou solo fértil para a sua consolidação. Hoje, são cerca de 30 milhões de praticantes ao redor do mundo, número que deve crescer significativamente até 2032, quando acontece os jogos olímpicos.

 

Ficha Técnica:

Produção: Lucas Veloso

Edição e publicação: Iolanda Lima, Joyce Clara e Mel Pires

Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza

Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado