A corporação é a segunda mais antiga do Paraná

No dia 13 de agosto de 2024, o 2° Grupamento de Bombeiros do Paraná completou 85 anos de existência. A corporação é a segunda mais antiga do estado, atrás apenas da associação de Curitiba, e desde 1939, está presente em dezoito municípios dos Campos Gerais, em uma área de mais de 25 mil quilômetros quadrados de extensão, e atende cerca de 800 mil pessoas. Atualmente, a cidade de Ponta Grossa conta com 206 bombeiros, divididos em 4 postos de atendimento do Corpo de Bombeiros Militar, o Quartel do Comando Geral (Centro), Posto Nova Rússia, Posto Uvaranas e Posto Distrito Industrial.

O prédio histórico do grupamento tem fachada tombada pelo COMPAC (Conselho do Patrimônio Cultural) e permanece na memória dos profissionais  que por ali passaram. O lugar mais alto do quartel é a torre, onde antigamente, sem meios de comunicação adequados, os profissionais ficavam observando a cidade à procura de algum incêndio. Para o Tenente-Coronel Rafael Lorenzetto, comandante do 2º GB, há muitas lembranças do cotidiano do trabalho, pois a maioria  das ocorrências envolvem pessoas que precisam de algum tipo de ajuda. “É preciso dar o máximo de si para ajudá-las. Ser bombeiro é uma vocação e é que a gente faz com muita força de vontade”, explica Lorenzetto.

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No Paraná o 2 GB é referencia no controle de incêndios florestais | Foto: Nicolle Brustollim

O comandante conta que o grupamento, é referência no estado, em combate a incêndios florestais. Durante o mês de agosto, por conta das mudanças climáticas, a quantidade de queimadas se intensificou, segundo ele houve um dia em que receberam aproximadamente 200 chamadas de incêndios. 

Durante as enchentes no Rio Grande do Sul, o 2° Grupamento cedeu o espaço do quartel para receber doações e mobilizar um grande número de voluntários para o carregamento de caminhões com as doações dos pontagrossenses. Além disso, equipes do grupamento se dirigiram ao estado para auxiliar nas buscas e resgates. O Cabo Bruno Fernandes atua há 13 anos como bombeiro e foi enviado para a região, ele trabalhou nas cidades de São Sebastião do Caí, Eldorado do Sul e Canoas. Fernandes afirma que a situação foi um marco em sua carreira e que viveu momentos completamente diferentes do cotidiano no quartel. Já o 2º sargento Antonio Mauro Pereira dos Santos atua com a viatura de resgate e salvamento, conta que trabalhou dois anos como socorrista, mas por não ter a experiência de uma carreira militar, teve dificuldades no início para atuar. Ele também afirma que, com o tempo, percebeu o respeito e admiração das pessoas,especialmente quando os comentários vinham das crianças e que situações como essas geram uma paixão ainda maior pela profissão. “Quando você trabalha em algo que você ganha a vida só pelo dinheiro é um emprego, mas quando você trabalha no que você gosta  é um prazer”, enfatiza o sargento.

Renata Schneider, proprietária de uma loja, precisou acionar os bombeiros após um incidente no seu estabelecimento, ocasionado por um curto circuito na fiação do prédio. A loja teve produtos e objetos queimados, o espaço com três cômodos teve perda total. Renata comentou que antes dos bombeiros chegarem tentou utilizar o extintor, mas era muito grande e pesado, como estava com apenas duas funcionárias não conseguiu.  A chegada da equipe demorou cerca de 10 a 15 minutos, quando não tinha mais ninguém no local. “No prédio ficou somente meus 6 gatos, alguns conseguiram escapar, mas os bombeiros resgataram um deles que estava no meio do fogo”, relata.

 De acordo com os bombeiros entrevistados pela reportagem, os casos mais marcantes durante a carreira costumam ser os que envolvem crianças. Atualmente, atuando no Corpo de Bombeiros, o Tenente Paulo Paes afirma que a história mais marcante da sua profissão foi quando ele atuava como  socorrista do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) e em um acidente de trânsito grave, precisou atender duas crianças feridas, além de informar os responsáveis que não estavam presentes no acontecimento.

A rotina de trabalho dos bombeiros tem duração de 24 horas, período em que o profissional fica aquartelado no aguardo de ocorrências, seguida por uma folga de 48 horas, podendo  ser acionado em casos de necessidade. No Paraná o número total de bombeiros é de 3400. Em Ponta Grossa existem quatro unidades do 2° GB.O grupamento também engloba algumas cidades dos Campos Gerais como  Palmeira, Telemaco Borba, Castro e Jaguariaíva. Em outros municípios existem apenas postos de brigadas comunitárias, que são equipes civis organizadas pela prefeitura, sob a coordenação do 2° GB. Em casos de emergência, esses municípios recorrem a Ponta Grossa, que aciona as suas equipes de socorro. 

Cópia de Cabo Fernandes faz parte da equipe salvamento que atuou no Rio Grande do Sul

Cabo Fernandes faz parte da equipe salvamento que atuou no Rio Grande do Sul | Foto: Nicolle Brustolim

Ficha Técnica

Produção: Diogo Laba e Nicolle Brustolim

Edição: Ana Beatriz de Paiva, Annelise dos Santos, Betania Ramos da Silva, João Victor Lemos e Karen Stinsky

Publicação: Annelise dos Santos e Betania Ramos da Silva

Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza

Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado