Ficha técnica
Reportagem: Lillian Magalhães e Tamires Limurci
Edição e publicação: Gabriel Mendes Ferreira
Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
Conheça os bastidores das peças teatrais do Festival Prosiá
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Cenários e figurinos estão entre as preocupações dos bastidores do Festival Prosiá
Quem vê o resultado nos palcos nem sempre percebe a correria que ocorre nos bastidores e na produção de uma peça teatral. No mês de julho, o Coletivo Cacareco organizou a segunda edição do Festival de Teatro Prosiá, em que peças teatrais de grupos locais foram apresentadas em diferentes espaços de Ponta Grossa, gratuitamente. Mas o que acontece nas coxias, nos bastidores e toda a movimentação antes da produção chegar aos palcos?
A equipe da peça A Borboleta na Colina preparava o cenário do espetáculo para a noite de estreia, um grande arranjo de flores pendurado sobre a mesa central que reúne os personagens. Leila Freire, atriz da peça, comenta que a organização do espetáculo é carregada de sentido para o elenco. “A produção por trás é toda uma composição. Tem algumas plumas que decoram a mesa, que fizeram parte da primeira edição da peça, além de objetos sentimentais para os atores.”
Para além do cenário, Leila afirma que os figurinos também são importantes. “Peguei minha blusa hoje pela manhã e senti nostalgia. Lembrei de apresentar a peça outras vezes, da seleção de cores que fizemos para o figurino, dos bordados e outros detalhes das roupas”.
Durante a conversa, a diretora Viviane Oliveira continuava posicionando as flores naturais no arranjo para o cenário. Ela explica que todos os membros do grupo auxiliaram na organização do festival. “O tempo que separou a inscrição e a classificação das peças foi de dois meses. Neste período, nos organizamos com o que já tínhamos de bagagem e trabalhamos juntos”.
Foto: Maria Luiza Pontaldi
Conciliando tempos
Para o espetáculo Cubo Mágico, o tempo escasso foi um problema para a produção. A diretora Michella França julga que o maior problema foi conciliar ensaios com as agendas dos integrantes do grupo que trabalham, estudam ou até moram em outra cidade.
“Para mim, a maior dificuldade é o tempo, pois precisamos de todos. A gente não faz sozinho o teatro, mesmo monólogo, tem alguém que faz a técnica ou ajuda em alguma coisa. Então, temos essa dificuldade de sempre estar todos juntos”.
Cubo Mágico teve quatro meses de ensaios, com três horas semanais em média, mas o curto tempo não evitou que a apresentação arrancasse aplausos da plateia.
Por se tratar de teatro musical para o público infanto-juvenil, o espetáculo contou com cenas de canto que provocaram interação entre os atores e o público. Leandro Wenglarek, musicista e um dos dramaturgos do grupo, revela que as músicas cantadas durante a apresentação são autorais.
“Elas são todas feitas para esse espetáculo e a partir daí se desenvolveu o processo de entrar no universo musical, da melodia. Buscamos trabalhar esses elementos nos personagens, nos figurinos e nas maquiagens também.”
Ficha técnica:
Reportagem: Maria Luiza Pontaldi e Vinicius Sampaio
Edição e Publicação: Gabriel Mendes Ferreira
Supervisão de produção: Muriel Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
Venda de toalhas de candidatos são termômetro informal da eleição
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Entre as mais comercializadas estão as peças de Lula e Bolsonaro
O clima eleitoral aparece nas ruas de todo o Brasil e em Ponta Grossa não poderia ser diferente, porém, com uma novidade: nos anos anteriores eram comuns adesivos, bonés e camisetas; neste, as toalhas de banho entraram em cena. A venda de toalhas com imagens de candidatos à presidência viralizou sob o nome de “Data Toalha”, em alusão ao instituto de pesquisas Datafolha.
A venda nas ruas virou tendência após vídeos e fotos comparando o número de toalhas comercializadas serem espalhados pelas redes sociais. Entre os carros-chefes estão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
O comerciante Ivan Fontes atua nas ruas do bairro Nova Rússia e conta que viu nas toalhas uma oportunidade de aumentar suas vendas. “Quando viajo para comprar os produtos, sempre procuro pegar o que está em alta; agora, com as eleições, as toalhas do Lula e do Bolsonaro estão saindo muito, então trouxemos pra vender aqui”.
Foto: Montagem Periódico
Apesar das vendas em alta, Ivan explica que na cidade as pessoas são receosas de demonstrar abertamente seu apoio aos candidatos. “Quem gosta de um, odeia o outro, deixamos as duas opções para não causar nenhum problema. E as toalhas mais vendidas são do Lula”.
Além dos vendedores locais, lojas de comércio virtual também entraram na onda. Elas vendem e anunciam vários tipos de peças, inclusive as famosas toalhas. Os preços para quem compra na internet geralmente são mais baixos, com toalhas a partir de R$ 13,00, enquanto na rua é normal encontrar o produto a partir de R$ 30,00.
Suely Taques vende essas peças através da plataforma Shopee, e conta que os produtos e adereços com temática dos principais candidatos foram alguns dos mais vendidos no último mês. “Tudo que gera essa polarização e disputa vende, é igual futebol, as pessoas querem itens que se relacionam com sua identidade.”
Laura Guimarães, que adquiriu uma toalha do candidato petista, conta que a moda do “Data Toalha" a motivou, buscando manifestar apoio pelo presidenciável. “A eleição deste ano é uma das mais importantes para o Brasil. Essa brincadeira das toalhas, além de ser engraçada, mostra como o país está dividido entre dois grupos com ideias muito diferentes”.
Ficha técnica:
Reportagem: Gabriel Mendes e Maria Eduarda Eurich
Edição e Publicação: Lilian Magalhães
Supervisão de produção: Muriel Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
Acessibilidade: estudantes relatam dificuldades de locomoção na UEPG
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- Produção: Kauan Ribeiro
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Falta de acesso no campus central dificulta mobilidade de pessoas com deficiência
Sem rampas, falta de pavimentação adequada e vagas de estacionamento insuficientes para idosos e pessoas com deficiência. É assim que se encontra a infraestrutura do Campus Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Com o início do ano letivo de 2022, a carência de acessibilidade é relatada por pessoas com dificuldade de locomoção, que voltaram a enfrentar constrangimentos ao transitar pelos Campus da UEPG.
Foto: Lucas Ribeiro
A acadêmica do curso de Direito noturno Flávia Novaski, que é cadeirante, relata que não consegue circular pela UEPG principalmente por conta de problemas na pavimentação. “Sinto dificuldade em chegar ao RU, aquela pavimentação está toda cheia de buracos e também a parte da frente da UEPG. Algumas áreas têm degraus e não tem rampas”, desabafa. A estudante sugere que, para melhorar a acessibilidade, a pavimentação seja arrumada para deixá-la mais uniforme.
A equipe de reportagem, em uma rápida caminhada, constatou que no Campus Central não há rampas no pátio e apresenta calçadas que carecem de acessibilidade para cadeirantes. Outro problema se dá nas salas do Bloco A, com o único acesso a sala somente possível pelo degrau da escada.
Para a participante da Universidade Aberta para Terceira Idade (UATI), Catarina de Lima dos Santos, um dos principais problemas é a ausência de estacionamento para idosos nas ruas ao redor da UEPG Central. Catarina também aponta que outro problema em relação aos estacionamentos são as pessoas que estacionam em frente aos portões de entrada, o que dificulta o acesso daqueles que possuem problemas de locomoção. "A dificuldade começa pela lateral (rua Riachuelo) porque o carro estaciona na frente do portão", explica.
Em nota, a Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN) da UEPG afirma que a universidade vem implementando as adequações necessárias há anos, mas ressalta que as implementações são um processo gradativo e complexo.
Mais problemas
Um exemplo das insuficiências na acessibilidade é a sala A01 do Campus Central. Lá, o acesso só é possível pelo degrau da escada, o que impossibilita, por exemplo, um cadeirante de frequentar as aulas. A situação se repete nas salas 103, 104 e 105 do Bloco A. No Bloco B, o elevador que o compõe não percorre todos os andares, apenas os dois de cima. Sem o elevador, pessoas com dificuldade de acesso precisam recorrer às escadas ou dar a volta na universidade até encontrar o elevador.
As calçadas que estão nos arredores da UEPG também são um problema, pois carecem de acessibilidade para cadeirantes nas esquinas da rua Dr. Penteado de Almeida com a Celso Bitencourt, e desta com a rua Riachuelo. A situação do calçamento também é crítica, já que em alguns pontos há elevações e buracos.
No Campus de Uvaranas a situação é semelhante. Lá, por exemplo, faltam rampas na entrada do bloco da Reitoria, e na entrada da Central de Salas, há apenas escadas. Além disso, há carência de rampas nas faixas de pedestres em alguns pontos de ônibus dentro da universidade, e faltam calçadas em algumas vias. Há apenas a rua, e logo em seguida a grama.
Ficha técnica:
Reportagem: Kauan Ribeiro
Edição e Publicação: Ana Barbato
Supervisão de produção: Cândida de Oliveira, Maurício Liesen e Ricardo Tesseroli
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
Cultura afro-brasileira é pouco presente no currículo escolar
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Apesar de obrigatoriedade prevista em lei, não existe um padrão de ensino sobre o tema
A Lei federal 10.639, de 2003, estabelece a obrigatoriedade da inclusão da história e cultura afro-brasileira nos currículos escolares brasileiros. Segundo essa medida, o contéudo prográmatico do ensino fundamental e médio passou a incluir também a luta dos negros no país e o resgate das contribuições destes povos para a formação do Brasil. Entretanto, com quase vinte anos de aprovação, nem todas as escolas de Ponta Grossa apresentam o conteúdo no material didático.
De acordo com a lei, esses conteúdos devem ser ministrados em várias disciplinas, com especificidade em Artes, Literatura e História. Raiza Favero, professora de História do ensino fundamental em um colégio particular, comenta que mesmo com a obrigatoriedade, o contéudo sobre a cultura africana é visto superficialmente, com enfoque na escravidão. “Apesar de oficial, não vejo como efetiva em sua plenitude. A história presente em diversos livros didáticos segue narrada de forma europeizada, havendo um abismo enorme para a aplicação concreta da história africana em sala de aula”, afirma.
A superficialidade na abordagem do conteúdo também é percebida pelos alunos. Gabriel Lima, de 12 anos, é estudante do ensino fundamental II e afirma que nunca teve contato com a história da África. O tema foi abordado apenas na disciplina de Artes na produção de máscaras em papel machê no dia da consciência negra. “Aprendemos na aula que as máscaras eram comuns dos povos africanos, mas não sei mais sobre a história delas. Lembro só que foi bem divertido fazer com os meus amigos e depois expor elas nos corredores da escola”, comenta.
Dançarina do Grupo Kaminambo de dança Afro. Foto: Matheus Pileggi/Acervo Lente Quente
Neste mesmo sentido, a aluna de pré-vestibular, Mariana Silva, comenta que sentiu muito a falta desses conteúdos no Ensino Médio, uma vez que esses assuntos são cobrados no vestibular. “Mesmo sem ter as matérias em aula, como é obrigatório por lei, as bancas de vestibulares cobram na prova. Infelizmente, quem tem aula em uma escola que segue a diretriz, acaba saindo na frente.”
Por outro lado, a professora do ensino fundamental Adriane Schuerzoski afirma que, na escola em que trabalha, as turmas do 1º ao 5º ano aprendem sobre a história e manifestações artísticas afro-brasileiras. “Usamos a interdisciplinaridade para dar conta de todos os conteúdos, que consiste em abordar um tema e trabalhar várias disciplinas”. De acordo com Adriane, professores das escolas municipais são instruídos a abordarem o assunto previsto em lei “A Secretaria da Educação faz formações continuadas para professores com o objetivo de demonstrar como podemos trabalhar estes conteúdos em sala de aula”. A professora explica que, em Arte, são pautados artistas e obras visuais afro-brasileiras; em História, religiões de matrizes africanas; na disciplina de Literatura, a diversidade cultural.
Sueli Pedroso, mãe do Leonardo Pedroso, aluno do Ensino Fundamental I, diz que ele estuda a temática regularmente e demonstra interesse por conta da didática interativa de sua professora. “Ele gosta da disciplina de Arte, e tem como recordação as aulas em que os colegas estudaram gastronomia afro-brasileira”. Sueli também lembra que, na prática de Educação Física, a turma de seu filho produziu atividades de pesquisa sobre danças da cultura africana.
Escolas têm dificuldade de cumprir lei de primeiros socorros
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- Produção: Catharina Iavorski e Valéria Laroca
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Existem diferentes diretrizes, mas nenhuma apresenta eficiência para procedimentos
Pela Lei Federal 13.722, de 2018, é obrigatório o treinamento em primeiros socorros para professores e servidores de escolas públicas e privadas em todo o país, mas na prática o funcionamento é diferente. A reportagem entrou em contato com algumas escolas para verificar o cumprimento da lei e foram encontrados alguns problemas. O primeiro deles é quanto à capacitação. Esta deveria ser feita pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas, em Ponta Grossa, o procedimento ocorre por cursos de brigadista ofertados pelo Corpo de Bombeiros.
Além disso, há divergências entre leis. Em âmbito municipal, há a lei 12.854, de 2017, que versa sobre o atendimento a pessoas em casos de perigo. Todavia, a Lei Federal apŕesenta que na instituição de ensino deve haver a capacitação de ao menos um terço dos profissionais e a Lei Municipal exige que pelo menos três profissionais tenham a capacitação, independentemente do número de funcionários ou do turno.
A professora Michele Rota Telles, que leciona em uma escola estadual, analisa essa situação como um problema, já que não engloba toda a equipe escolar. “A nossa referência sempre são esses colegas. Penso que seria o caso de ser mais amplo e alcançar mais profissionais, além dos brigadistas. Não existe um repasse sistemático desse treinamento para os outros professores”, reflete.
Foto: Lilian Magalhães
Já a professora da rede estadual, Jamaira Pillati, conta que o objetivo da capacitação era envolver toda a comunidade escolar. “As vagas são poucas, e não há um controle de quem fez ou não. Vai muito da direção da escola”, explica. Uma aluna que preferiu não ser identificada relata que na escola em que estuda, sua colega precisou de auxílio durante uma convulsão e não teve aporte técnico da equipe escolar. “Outra aluna que pretendia cursar medicina e tinha noções de primeiros socorros prestou ajuda a ela porque os professores não sabiam como atuar no momento”, conta.
O fato do curso não ser obrigatório para todos os servidores deixa uma lacuna na lei, tanto em termos de preparo técnico quanto emocional. Karen Carrera, que trabalha há mais de 15 anos em sala de aula, nunca teve a orientação para atender esse tipo de ocorrência. "Se alguém precisar de primeiros socorros devido a uma síncope qualquer, não conseguirei prestar auxílio, pois não tenho preparo para e, além disso, fico muito nervosa nesses momentos”.
A brigadista e educadora, Diovana Bronosky, explica que sem o curso da Brigada o único auxílio que conseguiria prestar seria por instinto. “Não faria nenhum procedimento com segurança. Isso só é possível com os conhecimentos adquiridos durante a capacitação”. Outro ponto destacado pela profissional é que não há um treinamento de primeiros socorros de forma anual na instituição que leciona, “O único treinamento que ocorre duas vezes ao ano é o Plano de Abandono, feito para prevenir incêndios”.
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Reportagem: Catharina Iavorski e Valéria Laroca
Edição e publicação: Lilian Magalhães
Supervisão de Produção: Muriel Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen