Rafaela Oliveira abordou a temática da acessibilidade em seu Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado Acesso Livre

Na tarde da última sexta-feira, dia 19, a estudante do quarto ano de Jornalismo, Rafaela Oliveira, defendeu seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na temática de acessibilidade, deficiências e políticas públicas. O projeto, intitulado de Acesso Livre, consiste em uma série de minidocumentários para a internet que abordam em até cinco minutos as problemáticas desse tema.

Rafaela explica que passou a ter afinidade com o assunto a partir da sua participação no Portal Comunitário em 2014, quando estava no terceiro ano. “Minha dupla produzia material jornalístico sobre a Associação de Pais e Amigos do Deficiente Visual (Apadevi) e Associação dos Deficientes Físicos de Ponta Grossa (ADFPG).

Foi com essas associações que comecei a ver a importância da acessibilidade de uma forma mais ampla, não apenas no quesito mobilidade urbana, mas em muitos outros”, conta ela.

A importância de dar visibilidade aos problemas enfrentados pelos deficientes é devido à necessidade de criação de um sentimento de cidadania, mostrando esses problemas para o maior número de pessoas possível.

“Durante o TCC, muitas pessoas se recusaram a conversar e a dar entrevistas, pois alegaram que isso não daria em nada, que o que eu estava fazendo não adiantaria. Então é importante mostrar para essas pessoas que é possível fazer algo. É possível cobrarmos a aplicação das políticas públicas existentes, desde que cumpramos nosso papel como cidadãos”, afirma Rafaela.

Carine Cruz é estudante do terceiro ano de Jornalismo e repórter do Portal Comunitário. Segundo seu relato, são inúmeros os problemas de acessibilidade na cidade percebidos durante a apuração do projeto.

“Essa cobrança de qualidade na questão de acessibilidade é muito importante. Se não cobrarmos os problemas continuarão existindo e uma calçada cheia de buracos vai continuar causando acidentes”, exemplifica.

Não precisamos ir muito longe para encontrar problemas em acessibilidade. Rafaela aponta alguns dentro da própria Universidade, como a colocação de uma parede de vidro em frente a rampa de acesso a um dos blocos no campus central. Outro são banheiros de deficientes trancados, sendo que alguns servem, até mesmo, como depósito de material de limpeza.

Produção dos vídeos do Acesso Livre trazem a acessibilidade também na internet

O produto Acesso Livre foi inteiramente gravado com a câmera de um celular e teve o intuito de se encaixar na proposta do TCC. O objetivo foi facilitar seu deslocamento, conta Rafaela.

Se os celulares atuais oferecem uma boa qualidade de captação de áudio e imagem, por que não me apropriar disso? É um dispositivo que está sempre comigo, sempre à mão, de fácil transporte e utilização”.

Segundo a professora do curso de Jornalismo da UEPG e integrante da banca avaliadora, Marcia Boroski, o tema do projeto teve uma certa singularidade.

“A Rafaela tentou tratar a acessibilidade não apenas pelas vertentes mais evidentes, como o cadeirante e o deficiente visual. Ela faz uma discussão na parte teórica do trabalho de como a acessibilidade está em vários lugares, como no acesso aos meios digitais, aos bens culturais e à educação. Dessa forma, ela amplia essa noção de acessibilidade”, explica a professora.

Nesta semana, duas defesas de TCC têm como tema o Portal Comunitário. Uma é ‘Análise do jornalismo comunitário no site Portal Comunitário’, de Aline Czezacki Kravutschke, cuja sessão acontece à uma hora da tarde desta quarta, dia 24, no Portal Telemidiático. A outra é a ‘Pesquisa de recepção sobre o Portal Comunitário’, de Kauana Mendes, na próxima sexta, dia 26, às nove horas da manhã, na sala B-09. Ambas as defesas ocorrem no Campus Central da UEPG.

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