Alunos do Cepraf também participam das atividades
Com o objetivo de integrar moradores do Núcleo 31 de Março com os alunos surdos da instituição, Semana traz palestras, oficinas e apresentações, que divulgam a cultura surda e falam sobre inclusão.

Parado à beira da calçada, com o olhar fixo no que vem do lado esquerdo da rua. Um carro passa com música alta e o semblante muda. Existe barulho. De longe, mal se percebe que Carlos Alberto de Carvalho é surdo. Apesar de se comunicar com outra língua, sua vida é como a de todos os outros.

Carlos aprendeu a ler, escrever e a se comunicar em uma escola bilíngue, que ensina, para os surdos, o português secundariamente e a Língua Brasileira de Sinais (Libras), como língua mãe.

Tudo o que sabe hoje, como se comunicar e realizar tarefas de rotina, ele atribui ao que aprendeu convivendo com a comunidade surda do Centro de Reabilitação Auditiva e da Fala Geny de Souza Ribas, o Cepraf.

Durante os dias 20 a 27 de setembro ocorre a Semana Nacional do Surdo, com palestras, oficinas e apresentações para a comunidade surda e familiares. A atividade faz parte do movimento, que ocorre em todo o Brasil, chamado Setembro Azul.

O evento está na terceira edição e, em 2014, traz o tema: “Comunidade Surda: conhecimento e valorização da sua cultura”.

Os alunos do Cepraf, assim como a comunidade do Núcleo 31 de Março, poderão participar de atividades de integração e conhecimento da cultura surda, nos períodos da manhã e tarde. Durante o evento, o objetivo é propagar mais a cultura e os trabalhos que o Centro oferece.

“Se uma pessoa é surda, não é o fim do mundo, ela apenas será diferente, com seu próprio tipo de comunicação. Aqui, nós preparamos o aluno surdo para viver normalmente em sociedade”, diz a fonoaudióloga do Cepraf, Kairone Kronlauer.

A instituição existe há 35 anos e, atualmente, atende a 70 alunos surdos, desde crianças até o ensino de jovens e adultos. A diretora do Cepraf, Ione Antunes, conta que, ao todo, são 13 profissionais bilíngues que atuam na instituição.

“As crianças surdas aprendem Libras e só depois o Português. Damos apoio educacional para os alunos e assistência às famílias. Queremos que os familiares participem cada vez mais do aprendizado de seu filho, e o evento incentiva isso”.

Ao longo da Semana do Surdo, as programações envolvem desde contação de histórias, até a apresentações de dança e festival de talentos.

 

Arquivo comunitário
27/09/2011 - ‘Setembro Azul’ defende educação e cultura surda