O dia 8 de março de 2021 foi representado em um varal no Lago de Olarias. Através de camisetas expostas ao ar livre, com manchas de sangue e frases machistas ditas a mulheres diariamente, a exposição organizada por integrantes da Frente Ampla Democrática de PG (FAD), propôs representar o Dia Internacional da Mulher na cidade, buscando por igualdade de gênero e respeito a todas as mulheres.

O local escolhido para a exposição foi o Lago de Olarias pois, além de ser ao ar livre e de fácil acesso, conta com frequente circulação de pessoas da cidade desde sua inauguração. “O lugar escolhido é ótimo, pois diversas vezes não vemos onde ocorrem os movimentos para estar presentes”, afirma a estudante de Enfermagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Mariele de Fátima Leandro. Para ela, com o fluxo intenso de pontagrossenses no lago, a ação teve visibilidade.

A professora e uma das organizadoras da exposição, Kassiane Desplanches, diz que a ideia inicial era a produção de vídeo com depoimentos de mulheres, relatando suas vidas e rotinas. “Por trabalhar na rede pública, tenho contato com histórias reais de diversas mulheres, mas os vídeos não saíram em função do decreto de 27/02, que impede atividade presencial”, afirma Desplanches. Dessa forma, a FAD garantiu uma ação presencial, sem contar com aglomerações, para que os movimentos do Dia da Mulher não ficassem apenas online.

A exposição de frases machistas, por meio das camisetas, vem para mostrar a sociedade conservadora e patriarcal que ainda existe e que coloca a mulher como incapaz. “Desde que nascemos, ouvimos e sofremos com a violência, que se tornou natural, mas são palavras que ofendem e oprimem”, relata a professora. Segundo Kassiane Desplanches, o evento foi planejado apenas para o dia 8 de março como forma de luta, e não de romantismo.

Para a estudante, professora e integrante da FAD, Kethlyn de Oliveira, o movimento foi primordial a uma cidade que relata diversos casos de feminicídio ao longo dos anos. “Ponta Grossa apresenta pensamentos conservadores e menos progressistas, com uma estrutura patriarcal, elitista e, quando saímos desse parâmetro, não silenciamos, pois repudiamos”, conclui Oliveira. Outros movimentos sociais, como a Frente Feminista Malalas e o Parada Cultural LBGT+ dos Campos Gerais, também buscam lutar pelo feminismo na cidade, assim como a FAD.

 

Ficha Técnica

Repórter: Ana Luiza Bertelli Dimbarre

Supervisão: Sérgio Gadini

 

Adicionar comentário

Registre-se no site, para que seus comentários sejam publicados imediatamente. Sem o registro, seus comentários precisarão ser aprovados pela administração do Periódico.