A construção da base da Polícia MIlitar no campus Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), com início em fevereiro, tem conclusão prevista para o final de abril. Depois de uma ação do Deputado Federal Aliel Machado e do Governo do Estado do Paraná, a medida anunciada em outubro de 2018 abrange todo o espaço da universidade e região. A base será instalada na antiga sede do Projeto Rondon, ao lado do portal de entrada do Campus. O módulo funcionará 24 horas como ponto de apoio para as viaturas da Polícia Militar, que vão circular por Uvaranas fazendo a ronda do bairro.
De acordo com o chefe de gabinete da Reitoria da UEPG, Rauli Gross, haverá investimento em todo sistema de segurança. "Além da construção da base, iluminação e vigilância interna, câmeras serão instaladas no Campus. São recursos para melhorar a segurança no local e seu entorno", afirma. Gross ressalta que os vigilantes da universidade passaram por treinamento neste ano. Além disso, R$ 547 mil foram liberados pelo governo para o projeto Rota Segura, que inclui medidas de segurança para os dois campi da universidade.
Quando lançada, a proposta de implatação da base foi vista como algo negativo para quem frequenta o Campus. A permanência dos profissionais no local iria restringir a liberdade dos estudantes. "Depois de uma audiência pública, a população e os estudantes entenderam a importância dessa nova medida para o campus e a comunidade em geral, complementando o trabalho de segurança que os vigilantes já fazem", finaliza Gross. Segundo o presidente do Sindicatos dos Técnicos e Professores da UEPG (Sintespo), Plauto Coelho, a base é focada na região de Uvaranas e o local foi cedido pela UEPG, "O sindicato defende a segurança, já que nesses últimos cinco anos a violência na região aumentou. O posto atende a comunidade, enquanto os vigilantes fazem o trabalho dentro na universidade", explica.
A direção da Seção SIndical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (SindUEPG) é contra a presença da PM no Campus, por entender que fere a autonomia da universidade. "A medida será discutida com a categoria docente em assembleia, nete momento nosso foco está nas lutas da categoria e na defesa da aposentadoria", afirma. Em nota divulgada em 2018, o Diretório Central Dos Estudantes (DCE) da UEPG afirmou ser contra a implantação da base, pois a prevenção da violência no Campus é resultado do conjunto de muitas ações, como acolhimento das diferenças e aproximação com a população e movimentos sociais. "Entendemos que a medida foi tomada com urgência por parte da reitoria e de agentes políticos da região, mas sentimos falta de espaços para debates", posiciona-se a direção do DCE.
Confira a edição 208 do jornal Foca Livre do mês de abril disponivel em: https://periodico.sites.uepg.br/index.php/foca-livre
Ficha técnica
Reportagem: MIrella Mello
Edição: alunos segundo ano de Jornalismo UEPG
Foto: Danilo Schleder
Supervisão: Ben-Hur Demeneck e Hebe Gonçalves