A pesquisa sobre a inflação da cesta básica de Ponta Grossa obteve uma variação mensal com aumento de 1,23% no mês de março. O novo boletim, realizado pelo Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas (NEREPP) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), analisa a primeira semana de março com a primeira semana de abril de 2021. Para compor a pesquisa foram feitas compras nos sistemas de entrega (deliverys) dos principais supermercados da Cidade. A verificação semanal do Índice da Cesta Básica compara as taxas mensais de produtos essenciais para a alimentação e higiene dos ponta-grossenses. Itens, que tiveram um aumento nos preços, por conta da pandemia do novo Coronavírus.

Há quase três décadas, o NEREPP-UEPG elabora pesquisas mensais sobre a cesta básica de acordo com a inflação anual. O consumo básico de alimentação, higiene e limpeza, de famílias composta por três membros em média, relaciona o preço de 33 produtos com o salário mínimo atual. Desde que começou a pandemia, o preço da cesta básica assusta o consumidor. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de alimentação e bebidas dos curitibanos correspondeu a 23,8% dos gastos, se comparado aos demais grupos de produtos e serviços.

                

Desde o começo da pandemia curitibanos gastam 23,8% da renda com alimentação e bebidas. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ao comparar o boletim de março deste ano com o boletim de junho de 2020, a diferença do valor da cesta básica, para quem recebe um salário mínimo, chega a quase R$ 90,00. Enquanto 21 dos 33 produtos caíram em junho do ano passado, no último boletim do NEREPP-UEPG apenas nove tiveram uma queda no valor. Em comparação, o grupo “Carne” teve uma queda de preços em março, com 2,08%. Já o grupo “Hortifrutigranjeiros”, que em junho teve uma queda de 18,29%, agora em março aumentou para 2,18%.

O economista e coordenador da pesquisa sobre a cesta básica mensal na Cidade, Alexandre Lages, explica os principais motivos que alteraram o preço da cesta básica durante a pandemia. “Por ficarem mais em casa, as pessoas recorrem aos supermercados para a compra de alimentos e a demanda influencia na procura por produtos varejistas”, destaca Lages. Sobre o aumento no valor de alguns produtos, como o arroz e o óleo de soja, o economista revela que a procura externa, os problemas na produção e alta do dólar causaram a alteração da cesta básica. “Quanto mais a pandemia durar, mais o grupo de baixa renda crescerá”, conclui o pesquisador diante da futura situação econômica do país.

Elza Rebonatto, de 68 anos, recebe um auxílio doença, equivalente a um salário mínimo mensal. Enquanto não consegue a aposentadoria, Elza se mantém da forma que pode. A idosa reside com mais duas pessoas e afirma que muitas vezes não consegue nem comprar uma cesta básica. “Pego poucos produtos para não me assustar ao passar no caixa, com o salário que recebo não compro nem frutas e verduras”, revela Elza. 

 

Ficha Técnica: 

Repórter: Leriany Barbosa

Publicação: David Candido

Supervisão: Sérgio Gadini

Foto: Agência Brasil