A XVI Semana de Integração e Resistência teve início nesta terça-feira (24) e trouxe o debate a respeito das Instabilidades Institucionais. A live de abertura do evento contou com a participação das cientistas políticas Dâmaris Burity e Mariah Sampaio e da jornalista Marina Iemini Atoji, com mediação da estudante do segundo ano de jornalismo, Leriany Barbosa. Este ano o evento completa 16 anos e traz como tema ‘Brasil Desgovernado: As crises sanitárias, instabilidades institucionais e as implicações para o jornalismo’.
O painel teve início com a fala de Mariah Sampaio, que destaca a internet como esfera de debate. A cientista aponta que apesar de estar crescendo, a internet não chega para todos da mesma maneira e isso causa um impacto sobre como as pessoas recebem as informações. Além disso, a hiperconectividade que vivemos hoje, gera uma sobrecarga de informação. Mariah também aborda sobre os algoritmos, que nos coloca em bolhas e dão a falsa sensação de que consumimos as mesmas informações.
A painelista Dâmaris Burity abordou a importância da mídia em divulgar e popularizar as atividades produzidas pelos estudantes das universidades. Além de problematizar as discussões sobre o voto impresso, que para a cientista, significa facilitar o controle e intervenção de agentes internos sobre a população. Como a maioria dos brasileiros se encontram nas classes D e E, a segurança de quem apresenta-se em vulnerabilidade social está no voto por meio das urnas eletrônicas.
Dâmaris destaca que a instabilidade social não começou agora, e as características que atravessam os marcadores sociais vão desde as pessoas não terem o que comer, acesso a educação, água encanada, esgoto, entre outros fatores, sendo um reflexo da instabilidade social, que nos próximos meses também serão perceptíveis.
Já Marina Iemini Atoji, ressalta os ataques constantes aos jornalistas e ao jornalismo atualmente. Ela também afirma que a imprensa é um pilar da democracia, porém percebemos que a Instituição está em crise, que afeta desde o investimento no jornalismo até em como os jornalistas são vistos. A crise institucional atual também gera efeitos na credibilidade e integridade da imprensa. Por fim, Marina aponta que a relação entre as instabilidades institucionais e o jornalismo, torna a profissão mais difícil, mas também a torna mais fundamental e importante, além de fazer com que ganhe mais relevância e peso.
Amanhã o evento tem continuidade com a oficina “Jornalismo de Dados”, às 10h, e às 19h com a live “Crises sanitárias: CPI e Vacinação”, com transmissão pelo Youtube e Facebook do Cajor. O evento é realizado pelo Centro Acadêmico João do Rio (CAJOR), do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).