O último dia da XVI Semana de Integração e Resistência aconteceu nesta quinta-feira (26) e apresentou o tema “Fake news e a descredibilização do jornalismo”. A live contou com a participação de Kyene Becker da Silva, repórter do site Boatos.org, e Sérgio Lüdtke, editor-chefe do Projeto Comprova e coordenador de cursos da Abraji, e teve mediação da estudante do quarto ano de jornalismo Emanuelle Salatini.

O evento teve início com a fala de Kyene Becker, que destacou a história do site Boatos.org e como está sendo o trabalho dos repórteres que nele atuam, especialmente no último ano, com tudo que aconteceu em relação a pandemia e a política.  A jornalista destaca que o site surgiu em 2013 e foi fundado pelo jornalista Edgard Matsuki. A ideia nasceu da observação do jornalista sobre a crescente curiosidade das pessoas pelas correntes de internet e boatos. Becker ressaltou que no primeiro mês da pandemia,  o site recebeu cinco vezes mais acessos do que a média mensal. Ao longo da pandemia foram desmentidas mais de oitocentas notícias falsas que tinham como assuntos mais recorrentes os remédios sem eficácia (tratamento precoce) e as vacinas. 

Kyene também destacou os problemas, impactos e soluções em relação às fake news, dentre os problemas citados pela jornalista estão o combate a pandemia baseado em critérios não-científicos, a descredibilização da mídia e o acirramento da polarização política. A função do serviço de fact-checking também foi abordada na fala da jornalista, segundo ela, monitorar e denunciar as informações falsas são as principais atribuições, desmentindo falácias com base em critérios jornalísticos. 

Já Sérgio Lüdtke, ressalta que o projeto Comprova foi criado em parceria com a Abraji e que começaram as atividades nas eleições de 2018. Lüdtke relatou que dez semanas antes do pleito, foram recebidos pelo whatsapp mais de dez mil arquivos para verificação. A coalizão formada pela Abraji também atuou na verificação de conteúdo sobre políticas públicas vinculadas ao Governo Federal que tiveram muita repercussão. O jornalista contou que de certa forma, a verificação sempre acaba levando junto o boato, mas com cuidado para não dar amplificação para o fato, e que hoje, eles verificam conteúdos que envolvem pandemia, políticas  públicas do governo federal e os desdobramentos da próxima eleição. O Comprova é conhecido por ser um projeto de verificação e funciona de forma colaborativa, composto atualmente por 32 veículos.

Amanhã o evento tem continuidade com a oficina “Social Media”, às 10h, e às 14h com a oficina “Cobertura fotográfica: Técnicas, critérios e desafios da seleção de imagens jornalísticas”. O evento é realizado pelo Centro Acadêmico João do Rio (Cajor), do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).