Inaugurado na década de 50, espaço foi o primeiro local oficial de observação do Paraná
Ao completar 70 anos de sua fundação, o Observatório Astronômico da Universidade Estadual de Ponta Grossa não tem o que comemorar: há 20 anos o espaço encontra-se abandonado, com indícios de infiltrações na estrutura, paredes rachadas e ferrugem avançada na cúpula metálica, alguns dos problemas que vem sofrendo ao longo do tempo.
Surgindo como um intenso brilho na região do jardim Boa Vista, lugar com altitudes elevadas e, portanto, ideais para observar o espaço, ao longo do tempo o Observatório foi perdendo a claridade e sendo tomado pelo esquecimento, como os lixos espaciais deixados para trás no espaço.
Para o astrônomo amador e autor do livro A Astronomia Amadora em Ponta Grossa, Marcelo Kaczmarech, o antigo observatório da UEPG foi a realização de um sonho dos integrantes da Sociedade Ponta-grossense de Amadores de Astronomia, intelectuais e empresários do município, sendo considerado o primeiro observatório astronômico do Paraná. “Porém, lamentavelmente, sempre é alegado falta de recursos financeiros e falta de valor histórico do local pela instituição, quando solicitado o tombamento, reforma e melhorias”, diz Kaczmarech.
Há vinte anos, o vice-presidente da Sociedade Princesina de Ciências Astronômicas, Maurício Kaczmarech, vem lutando para que o espaço histórico seja tombado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural – COMPAC. Porém, em 2019, o pedido foi recusado pelos conselheiros, por não verem relevância arquitetônica e estética no Observatório.
Para o vice-presidente, fica o sentimento de vergonha com a situação do espaço. “Encontramos o governo do Paraná enviando verba para os Estados Unidos para a reforma e parceria de um local no Havaí, para a construção de um observatório astronômico e, aqui, lamentamos por um observatório abandonado”, diz Maurício.
Outra opção apresentada pelo vice-presidente junto à UEPG é a doação do Observatório para a Sociedade Princesina de Ciências Astronômicas, que atualmente conta com 34 participantes. O local seria utilizado para a sede do grupo, podendo se tornar um espaço turístico de Ponta Grossa. Porém, até o momento, todos os pedidos de doações foram recusados pela universidade.
Procurada pela reportagem, a Coordenação de Comunicação Social da UEPG informou que mantém um servidor morando no Observatório para garantir a segurança e a manutenção. E que existe um estudo para transformar o local em Museu, para fins didáticos. Porém, não informaram a previsão de conclusão do trabalho.
Ficha técnica
Reportagem: Alexsander Marques
Supervisão de produção de texto: Marcos Zibordi
Supervisão da disciplina de NRI III: Marcelo Bronosky e Muriel Amaral