LGU e corte de verbas reduzem orçamentos de instituições de ensino público 

 

As universidades públicas têm sido afetadas por leis federais ou estaduais nos últimos anos. A Lei Geral das Universidades (LGU), aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) em dezembro de 2021, estipula um teto de gastos e limite de recursos para o ensino superior público do estado. Uma das instituições afetadas pela medida é a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Segundo a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg), a instituição terá até 347 docentes a menos nos próximos quatro anos. 

UEPG CAMPUS CENTRAL

Foto: Acervo/ Arquivo Periódico 

A professora Regina Stori, vice-presidente do Sindueap, explica que a LGU deve afetar negativamente os professores das universidades estaduais. “A gente vai ter uma precarização no trabalho dos docentes. Eles vão ter que assumir mais horas-aula, vão ter menos tempo para preparar essas aulas, vão ter menos tempo para desenvolver pesquisa, vão ter menos tempo para desenvolver extensão”. 

 

Regina ainda informa que os acadêmicos também serão afetados por conta da maior carga horária dos docentes. “O impacto sobre os estudantes é violento na medida que os professores têm que assumir uma carga horária de trabalho maior, particularmente de ensino, haja vista a redução do número de docentes e mesmo das possibilidades de contratação de professores temporários”, explica.

 

Outra instituição atingida é a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). No fim de maio, foi anunciado corte de verbas de cerca de R$1,6  bilhão pelo Ministério da Educação. Todavia, a redução prevista pelo Governo Federal seria de R$ 3,2 bilhões. Em nota divulgada pelo site da UTFPR, a primeira intenção de corte representaria 14,5% de redução referente ao corte realizado no ano passado, ou seja, seriam R$ 19 milhões a menos no orçamento para 2022.

 

Além dos professores, os estudantes também devem sentir o corte. A estudante de Engenharia Química na UTFPR, Julia Gabriela Scucato, ainda não percebeu os impactos do corte, mas aponta que a medida atinge a instituição em diferentes proporções. “Acredito que afeta serviços básicos da faculdade, como limpeza, manutenção e também age no desenvolvimento de pesquisas feitas pelos docentes e discentes. Isso retrocede o desenvolvimento do ensino superior no Brasil, uma coisa que deveria ser prioridade é deixada de lado”.

 

Ficha Técnica

Reportagem: Vinicius Sampaio

Edição e publicação: Kathleen Schenberger

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

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