Nas últimas provas, o número de inscritos teve uma queda de 20% por cento

Mesmo com o fim do período pandêmico, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) está com redução nos inscritos para o vestibular. Nos últimos dois anos, o número de inscritos ficou na casa de sete mil candidatos. Em 2019, período pré-pandemia, o vestibular da Universidade contou com nove mil inscrições.

Para Edson Luis Marchinski, representante da Coordenadoria do Processo Seletivo (CPS) órgão responsável pela organização das provas da UEPG, o declínio dos inscritos nos últimos anos se deve a aglomeração nos dias de prova e desinteresse em fazer um curso superior no período pandêmico.

Não é só o vestibular que está com baixa procura, o Processo Seletivo Seriado (PSS), também está passando por isso. As duas últimas provas do PSS 3 tiveram uma média de dois mil e oitocentos concorrentes. Isso corresponde a metade das provas que ocorreram na pandemia, com quatro mil e quatrocentos candidatos. Em relação a essa queda, Edson acredita que se deve ao baixo incentivo dado aos alunos por parte dos colégios para a realização da prova.

Apesar da diminuição na procura nos últimos anos, o vestibular deste ano voltou a subir com o número de inscritos de 8.736 candidatos. Edson acredita que a partir de 2023, as inscrições voltem à casa dos nove mil. “Agora teremos um aumento ou uma estabilidade porque o nosso número de candidatos é em torno de nove mil candidatos, sempre foi assim nos vestibulares”, afirma o representante da CPS.
LGU e Licenciatura

Uma das preocupações desta falta de interesse nas inscrições é a Lei Geral das Universidades (nº 9.933/2021). Aprovada pela Assembléia Legislativa do Paraná, diz que os cursos com baixa frequência de acadêmicos podem deixar de existir. Esta situação afeta principalmente os cursos de licenciatura que nos últimos anos tem uma pequena procura. No vestibular do ano passado, por exemplo, dos onze cursos de licenciatura ofertados pela UEPG, quatro não tiveram lista de espera. Com a baixa procura de alunos, a quantidade de verbas repassadas à universidade pelo governo estadual é impactada.

O professor do curso de licenciatura de Educação Física da UEPG, Paulo Ribeiro, diz que a razão da diminuição de interessados em cursar licenciatura se deve ao aumento dos cursos EAD e a aspectos financeiros. “Nós temos observado uma expansão dos cursos de EAD que também tem uma forte concorrência, às vezes é mais barato você fazer um curso EAD do que investir em um transporte”, aponta.

Para mudar esta realidade, o Programa de Graduação da UEPG (PROGRAD), realizou algumas campanhas para incentivar as pessoas a cursarem os cursos de licenciatura. Uma das ações foi a isenção da taxa de inscrição para estes cursos. Para Paulo esta estratégia fez com que a procura pelos cursos de licenciatura retornassem. “A grande maioria dos cursos voltou aos números que tínhamos antes do período de pandemia, tanto que o curso de licenciatura em Educação Física, só perde em concorrência para o curso de medicina”, conclui. Apesar da situação crítica das licenciaturas, os cursos ainda têm uma boa procura e isto se deve a alta oferta de empregos oferecidos no mercado de trabalho.

 

Ficha técnica:

Produção: Kauan Ribeiro

Edição e publicação: Leonardo Czerski e Iasmin Gowdak

Supervisão de produção: Manoel Moabis

Supervisão de publicação: Luiza C. dos Santos

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