O jornalista que resistiu à Ditadura Militar contou sobre a sua participação na história política do país
A quinta edição do Descomemorar Golpes tem como foco a defesa da democracia e dos direitos humanos. O Ciclo tem como tema os 60 anos do Golpe Militar, 40 anos da campanha Diretas Já! e 20 anos do Movimento 2 de Março da UEPG. O evento é realizado pelo Departamento de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa e na sua abertura participou o palestrante Aluízio Palmar, jornalista que começou sua militância política no Ensino Médio. Palmar ficou preso durante dois anos e passou por quatro centros de torturas por participar da resistência à Ditadura Militar. O jornalista narrou brevemente sua história e falou sobre a ditadura no Paraná, aproveitou também para falar de seu livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos?”. O evento teve como debatedor o jornalista Alexandre Palmar, filho de Aluízio.
Jornalista Aluízio Palmar palestrou sobre a Ditadura Militar no evento do curso de jornalismo
Foto: Lucas Veloso
Aluízio ressaltou a importância da universidade e do curso de jornalismo em promover debates essenciais como estes para que a ditadura militar nunca mais volte. “Por isso que eu enfatizei o dia do Nunca Mais. O Nunca Mais é super importante em uma geração que está na transição da ditadura para a democracia, aqui no Brasil. Apesar de fazer 60 anos do golpe, ela [a democracia] ainda está aberta”, afirma Aluízio. Ele ainda relata que o acontecimento não apenas violentou fisicamente os adversários por meio da tortura, mas também violentou o pensamento, a consciência.
Karina Janz, professora do curso e palestrante na abertura do evento, comenta que o livro de Palmar é um registro super importante da história do país. É um trabalho jornalístico em que Aluízio dedicou parte de sua vida para “levantar informações, documentos e registros sobre o que o Estado fez durante a ditadura”. A professora explica que é uma história forte e necessária para entender o período ditatorial brasileiro.
O V Ciclo Descomemorar Golpes debate a ditadura militar com Aluísio Palmar o qual participou da resistência á ditaduta
Foto: Lucas Veloso
O Ciclo Descomemorar Golpes teve sua primeira edição em 2019. Porém, com a pandemia, a segunda edição só ocorreu em 2021. Sérgio Gadini, professor do curso de jornalismo, explica que a ideia de “descomemorar golpes” vem do fato de que não se deve comemorar nenhum ato de violência e desrespeito aos direitos humanos. O evento vai até o dia 22 de março. João Vitor Pizani, aluno do quarto ano de jornalismo, considera importante acompanhar o evento. “Acompanhamos há dois anos o risco de ruptura institucional e de um novo golpe militar, algo que pensávamos ter sido superado no Brasil. Então, é um momento oportuno para lembrarmos que a democracia ainda não está consolidada no país”. A programação completa do evento está no site www.uepg.br/jor-democracia-evento/.
Ficha técnica:
Produção: Lucas Veloso e Radmila Baranoski
Edição e Publicação: Radmila Baranoski
Supervisão da produção: Carlos Alberto de Sousa
Supervisão da publicação: Cândida de Oliveira e Luiza C. dos Santos