Os palestrantes discutiram a relação entre o processo de luta dos trabalhadores no Brasil e as conquistas democráticas.

 

“A história não acaba nunca, então, lutemos por ela”, foi a frase que deu fim a fala do professor Regis Costa (UFFS) na palestra “Ditadura Militar no Brasil (1964-1985): a luta dos trabalhadores e a defesa da democracia”. A palestra também contou com a participação  do professor Alessandro de Melo (UEPG) e teve como foco do debate a atuação da classe trabalhadora na conquista da democracia. A mesa redonda foi mediada pela professora Carina Alves da Silva Darcoleto, do Programa de Pós Graduação em Educação, e aconteceu na noite desta terça-feira (19), compondo a programação do V Ciclo Descomemorar Golpes. 

As discussões pautaram os movimentos da classe trabalhadora para garantir direitos humanos e sociais frente às ações golpistas e a necessidade de entender as lutas de classes. Para o professor Alessandro de Melo, o enfrentamento dos movimentos sociais à democracia burguesa é uma estratégia necessária para garantir direitos humanos e sociais. “Se não fosse pela resistência, o que o estado daria a classe trabalhadora seria o mínimo para sobreviver e viver uma vida sem sentido que não seja o trabalho. A conquista de dignidade e condições de vida melhores vem da resistência”, explica.

O professor Regis Costa enfatiza que para fortalecer os movimentos sociais, na busca de reivindicação e mobilização, é necessário ter democracia, mesmo que seja uma democracia burguesa. “O espaço democrático traz condições mínimas para o movimento social se organizar e também fornece condições para que esses movimentos entendam que é necessário superar essa sociedade, para não ficar restrito a uma democracia controlada”, analisa.

 

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Professores enfatizam importância da resistência de movimentos sociais contra ações antidemocráicas. Foto: Luísa de Andrade

 

O Brasil em sua história, sempre foi um país cercado de golpes. A marca desses golpes se faz presente no dia a dia da população trabalhadora até hoje, visto que na luta pelos seus direitos, foram barrados pela burguesia, pois, como dizia Lenin, “não pode haver igualdade entre o explorador e o explorado”.  A abordagem dos golpes seguem a ideia de uma doutrina para a segurança nacional, o que combate a ampliação da democracia e passa a barrar as conquistas dos movimentos sociais. Régis relata que ao longo da história, as lutas contra as ditaduras foram encabeçadas por trabalhadores. “Os trabalhadores foram os que mais perderam, afinal um dos principais objetivos do golpe militar foi frear a conquista trabalhistas.”. 

Ao reforçar a fala de Regis, Alessandro disse que “o fenômeno de organizar esses interesses comuns da classe dominante e desorganizar a luta da classe trabalhadora é fundamental para a gente entender 64, 2016, para compreender o estado brasileiro em geral.”. Ele destacou que enquanto existir Estado, nunca se terá uma democracia plena que atenda os trabalhadores.

O evento contou com a participação de acadêmicos de jornalismo, de pedagogia, e de direito, bem como professores e alunos de mestrandos da área da Educação e Ciência Sociais Aplicadas. O debate contribuiu para compreensão acerca do tema e para a formação dos ouvintes. O V Ciclo Descomemorar Golpe é um evento produzido pelo Mestrado em Jornalismo e pela Agência de Jornalismo da UEPG. A programação segue até sexta-feira, dia 22 de março.

 

Ficha técnica: 

Produção: Loren Leuch e Luísa de Andrade

Edição e Publicação: Loren Leuch e Luísa de Andrade

Supervisão da produção: Carlos Alberto de Sousa

Supervisão da publicação: Cândida de Oliveira e Luiza C. dos Santos

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