Problemas relacionados à infraestrutura impedem a entrada de novos alunos.
A Casa do Estudante Universitário (CAOE) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) está situada próxima ao Campus Uvaranas para atender estudantes em fragilidade econômica. O espaço contempla atualmente 10 pessoas, contudo, poderia receber ao menos 48 estudantes, caso fosse reformado. O complexo é composto por três prédios e apenas um é utilizado como residência, o mais novo deles, construído em 2017. As demais instalações apresentam problemas de infraestrutura e iluminação que impedem a ocupação.
A Pró-Reitoria de Planejamento prevê construção de um novo alojamento, mas sem data prevista. Foto: Moradora anônima
Uma aluna que preferiu não se identificar mora há mais de um ano no espaço e comenta que há problemas na cozinha comunitária: “Nosso fogão de quatro bocas está funcionando apenas com duas, causando problemas principalmente nos finais de semana na hora das refeições. Nossa geladeira está perdendo peças e é extremamente pequena para o uso geral", relata a acadêmica. Outro problema são as invasões que podem acontecer nos prédios que não são utilizados. “Meu medo é que esses barracões sejam invadidos por usuários de entorpecentes, como acontece no terreno em frente ao espaço”, expõe. A estudante conta que todas as demandas são relatadas para a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE).
Outra moradora, que também preferiu não se identificar, reside há quase um ano e relata a má iluminação da moradia: “A iluminação é insuficiente, principalmente durante o caminho de acesso dentro do campus até a casa. E também pelo próprio terreno da casa, que é enorme, mas a iluminação concentra-se somente bem próxima da casa.” Ela também descreve uma situação que aconteceu há pouco tempo, quando adolescentes pularam o muro e apedrejaram a casa. A ocorrência foi comunicada no dia para os guardas, mas os infratores já tinham fugido. De acordo com a estudante, a situação não foi comunicada para a PRAE. Apesar da contratação de guardas, a segurança ainda é falha.
Ao entrar em contato com a PRAE, o órgão responsável pela moradia, foi confirmada a demolição dos prédios antigos e a construção de uma nova estrutura, mas ainda sem nenhuma previsão. Ao ser questionada sobre a qualidade dos eletrodomésticos, a PRAE afirma que foi estipulada uma nova compra, contudo, também sem data prevista para entrar em vigor. A Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) avaliou que os dois prédios estão condenados, já que foram construídos em 1986, quando a moradia passou a ser no campus de Uvaranas, e seria mais vantajoso demolir a estrutura existente. Em consulta ao órgão sobre a demolição e a data prevista, foi reportado que a ação não era de autonomia da UEPG, mas da Coordenadoria do Patrimônio do Estado, vinculada à Secretaria de Estado da Administração e da Previdência.
Os dois prédios estão abandonados, com o telhado caindo e paredes frágeis. Caso sejam reformados, poderiam acomodar mais de 30 alunos. Foto: Moradora Anônima
O último edital lançado oferece moradia para mais quatro pessoas, mas o espaço ainda comporta 16 estudantes. A última intervenção de maior porte realizada foi a inauguração do mais recente prédio, em 2017. Criada em 1960 para atender os alunos da UEPG, a Casa do Estudante é um espaço com quartos, com banheiro para dois alunos, cozinha e lavanderia comunitária. Por edital anual, as vagas são limitadas, e os estudantes que se interessam pela moradia devem comprovar renda e situação econômica para ter acesso ao benefício.
Ficha Técnica
Produção: Iolanda Lima
Edição e publicação: Lucas Veloso, Luísa Andrade, Mariana Borba e Radmila Baranoski
Supervisão de produção: Muriel Amaral
Supervisão de publicação: Candida de Oliveira