O livro indicado ao prêmio registra descobertas feitas por pesquisadores  que estudam as cavernas e grutas localizadas em Piraí da Serra

Mais de 20 estudiosos de diversas áreas estiveram envolvidos na preparação do livro “EspeleoPiraí: em defesa do patrimônio natural de Piraí da Serra. O livro  catalogou e descreveu achados arqueológicos realizados nas cavernas da região de Piraí da Serra, no Paraná, entre 2021 e 2023. A obra, escrita por pesquisadores em Geografia, Geologia, Arqueologia, Jornalismo, Biologia e Turismo, foi finalista da primeira edição do Jabuti Acadêmico, na categoria Geografia e Geociências. O prêmio foi criado em reconhecimento a produções científicas.

Foto Henrique Simão Pontes1

Livro finalista do Jabuti Acadêmico | Foto: Henrique Simão Pontes

Idealizado em 2021 pelo Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE), do bacharelado em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o projeto EspeleoPiraí estuda a formação e as características das cavernas e grutas localizadas em Piraí da Serra. Essa área de preservação ambiental abrange os municípios de Piraí do Sul, Castro e Tibagi, nos Campos Gerais. Entre as descobertas que deram origem ao livro se destacam as pinturas rupestres de araucárias em Piraí da Serra, no norte dos Campos Gerais,  algo nunca visto em nenhuma outra área de preservação ambiental. O Núcleo de Produção Audiovisual (NPA), projeto de extensão da UEPG voltado à produção de conteúdo jornalístico em vídeo, registrou este e outros achados em quatro mini documentários. O grupo também realizou a   assessoria  do projeto e  ajudou na elaboração de dois guias infantis sobre o assunto.

O coordenador do Grupo de Pesquisas Espeleológicas, professor Henrique Pontes, explica que o EspeleoPiraí envolveu 15 instituições e estudiosos de áreas como Geologia, Comunicação e Microbiologia. “Todo o acervo presente no livro faz parte dessa construção coletiva dos integrantes do EspeleoPiraí ao longo de quase três anos, um projeto que também era um sonho dos integrantes do GUPE”, relembra o professor. Os pesquisadores que participaram da elaboração do livro se dividiram em equipes temáticas e cada uma escreveu um capítulo da obra. 

Um dos capítulos do livro  aborda a função da comunicação em iniciativas dessa natureza. Segundo o professor Felipe Simão Pontes, do curso de Jornalismo da UEPG, o jornalismo pode ajudar a contar histórias sobre essas regiões. “As pessoas que moram perto ou já entraram em uma caverna têm histórias para contar. Das lendas que circulam até a dimensão de um ambiente não controlado e escuro, tudo isso desperta o imaginário”. Pontes também destaca a importância da promoção do saber científico. “O jornalismo acaba trabalhando com a popularização da ciência e um olhar sob outro ângulo, . Uma caverna não é só um espaço escuro ou um lugar onde se guardavam tesouros antigos, mas pode ter a cura para uma doença ou [guardar] pinturas rupestres, que acabam se tornando tesouros contemporâneos”, conclui.

Para o coordenador do GUPE, a chegada à fase final do prêmio representa uma grande conquista. “Não fomos vencedores, mas ser finalista foi uma vitória porque o livro aborda uma pequena área localizada no interior do Paraná e nós concorremos com [obras] que tinham área de abrangência muito maior. Isso mostra que nosso trabalho teve qualidade”, avalia o professor. 

A indicação  surpreendeu os pesquisadores, que escreveram o livro pensando apenas no registro do trabalho realizado. “No âmbito acadêmico, ter um livro indicado ao Jabuti é um prestígio muito grande. [Além disso], foi distribuído gratuitamente em escolas, então não tem só o sentido da publicação em si, mas também uma questão pedagógica”, acrescenta Felipe Pontes. O professor já havia sido indicado ao Jabuti em 2015, por sua tese de doutorado, mas considera que o diferencial deste ano é a valorização de um projeto de extensão. “Nós não esperamos que um projeto de extensão tenha um impacto literário, então acho que esse é o principal sentimento: a valorização da extensão e pensar que um trabalho voltado para a divulgação do patrimônio ambiental da nossa região tem validade nacional”, comemora Pontes.

Ficha Técnica

Produção: Carolina Olegário

Edição: Gabriel Ribeiro, Lucas Veloso e Radmila Baranoski

Publicação: Lucas Veloso e Radmila Baranoski 

Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza

Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado 

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