O estudante foi baleado no tórax durante o assalto e teve o pulmão perfurado.

“Eu tinha saído da natação às 20h, da piscina do Campus Uvaranas, e fui esperar o ônibus no ponto ali em frente, que é pouco movimentado e sem iluminação adequada.” O cenário sombrio é descrito pelo intercambista Eric Acuña Navarro, 28 anos, que teve o pulmão perfurado com um tiro no tórax em assalto ocorrido em 24 de maio, dentro do campus de Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Em entrevista exclusiva para o Portal Periódico, Navarro contou como foi o assalto e porque decidiu vir para Ponta Grossa fazer mestrado em Odontologia.

“Tinha mais uma menina no ponto esperando o ônibus. Alguns minutos depois, dois homens chegaram e abordaram pedindo os celulares e as bolsas”, lembra o pesquisador. “Como eu tenho o costume de ignorar normalmente as pessoas por conta do meu sotaque e por receio de não entenderem o que eu falo, eu ignorei eles. Depois disso eles decidiram ir embora, mas acabaram voltando agressivos. Os dois pediram meu celular e logo já atiraram.”

Eric Navarro formou-se em Odontologia na Universidade Peruana Cayetano Heredia (UPCH). Ele conta que escolheu fazer mestrado na UEPG pelo conceito do curso no exterior. “O curso de Odontologia da UEPG é muito renomado aqui no Brasil e fora também, os professores são muito conceituados e isso despertou meu interesse em vir pesquisar aqui em Ponta Grossa.”

A maior diferença entre a universidade peruana e o Campus de Uvaranas da UEPG é a possibilidade de acesso da comunidade. O campus pontagrossense compreende uma área de 1.161.192 metros quadrados, o que representa 107 campos de futebol, ou o equivalente a 100 campi centrais, e possui diversos pontos de acesso irregulares abertos pela própria comunidade. Segundo o pesquisador, a Universidade Peruana é mais fechada que a UEPG, o que restringe o acesso e o controle interno é facilitado.

Após o assalto Eric Navarro foi levado para o Hospital Universitário Regional de Ponta Grossa e recebeu alta em 31 de maio. Ele segue sob observação médica, com medicação e frequentando sessões de fisioterapia.

A família Navarro viajou até o Brasil com recursos próprios para acompanhar o estudante. Eric afirma que a família não quer o ressarcimento das despesas, mas, sim, que a UEPG invista na segurança do Campus universitário.

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