Área cultural está entre as mais afetadas financeiramente pela pandemia da Covid-19

 

Os artistas de Ponta Grossa estão sem receber auxílios culturais do Estado durante a pandemia de Covid-19. No início da quarentena, o Conselho Municipal de Política Cultural distribuiu R$ 133.800,00 para mais de 100 artistas da cidade. Já em dezembro de 2020, alguns deles foram contemplados pela Lei Aldir Blanc (14.017/2020) por meio de editais da Fundação Municipal de Cultura, que distribuiu os recursos oriundos do Governo Federal. 

 

No início da quarentena, o Conselho Municipal de Política Cultural distribuiu R$ 133.800,00 para mais de 100 artistas da cidade. Foto: Manuela Roque

 

A lei federal foi criada, durante a pandemia, para ajudar o meio cultural afetado pelo isolamento social, pois peças teatrais, shows, aulas de dança e outras ações culturais não puderam ser realizadas. Após o primeiro e único repasse, o auxílio não foi renovado e o município não é responsável por criar novos editais. O presidente da Fundação Municipal de Cultura, Alberto Portugal, afirma que a lei ajudou a classe artística a sobreviver. Segundo ele, o setor cultural é um dos que mais sofre financeiramente, pois foi um dos primeiros a paralisar suas atividades.

 

Do Fundo Nacional de Cultura, Ponta Grossa recebeu R$ 2.239.284,46 para serem distribuídos ao setor cultural a partir da Lei Aldir Blanc. O repasse do auxílio ocorreu por meio de três etapas, divididas em editais por finalidades e público-alvo. Na primeira, foram destinados R$ 9 mil a 126 empresas do setor cultural e empreendedores para subsidiar o pagamento das despesas de manutenção, como contas de água e luz dos espaços culturais afetados. Escolas de artes, música, dança, estúdios fotográficos e de tatuagem, livrarias e danceterias puderam se inscrever, desde que comprovado o mínimo de um ano de atuação na área e sede em Ponta Grossa.

 

Na segunda etapa, foram destinadas cinco parcelas de R$ 600,00 aos artistas como renda emergencial. Por fim, foram criados três editais de estímulo à produção cultural: um de reconhecimento da trajetória de mestres populares e povos tradicionais, um de reconhecimento da trajetória de grupos, coletivos e projetos e outro para seleção de produções artísticas e culturais. Os premiados criaram conteúdo nos segmentos de teatro, artes visuais, dança e literatura.

 

Artistas beneficiados 

 

A Casulo Casa Colaborativa recebeu R$ 15 mil na etapa de subsídio. Segundo a responsável pelo projeto, Tatyla Marques Barreto, o valor foi fundamental para a manutenção da casa em dezembro e o pagamento de todas as despesas. Ela relata que, sem o auxílio, não haveria recurso para o básico. A fim de manter o Casulo, Tatyla desenvolve algumas estratégias para substituir a renda que ela obtinha com as atividades culturais no estabelecimento. Mesmo assim, o movimento continua baixo.


Já a jornalista e maquiadora Rafaela Martins, uma das responsáveis pelo documentário Drag family: passando o batom de mãe pra filha, recebeu o prêmio de R$ 3.500, como estímulo que foi dividido entre as três responsáveis pela produção. Segundo Rafaela, os editais foram importantes para a valorização de seu trabalho. “Fico feliz por ter participado, por ter sido beneficiária e também fico feliz pelos outros artistas e produtores de conteúdo. A área de arte e conteúdo foi bastante afetada, então eu tenho certeza que pagou as despesas essenciais de muita gente desse setor no fim do ano passado e início de 2021”, expõe a artista.

 

Ficha Técnica:

Repórter: Yasmin Orlowski

Edição: Maria Eduarda

Publicação: Robson Soares

Supervisão: Professor da disciplina de Textos II Kevin Willian Kossar Furtado e Professores da disciplina de NRI I Fernanda Cavassana e Rafael K.

 

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