Os espaços de memória serão sobre religião, ciências e esporte

 

Arte sacra, ciências naturais e história do basquetebol são temas contemplados em pelo menos três propostas para novos museus em Ponta Grossa. As iniciativas visam aproximar o público de sua própria história, disponibilizando acervos com obras, coleções e objetos existentes, entre outros itens que estão sendo angariados. Além disso, buscam transformar locais abandonados ou sem uso em lugares de memória. Duas propostas esperam abrir à visitação no próximo ano.

Além de ponto religioso, a Catedral de Ponta Grossa pode se tornar uma atração museológica. A ideia de criar o Museu da Catedral surgiu de um grupo de jovens há alguns anos. “Em 2019 o pároco nos incentivou e, então, reunimos um grupo para organizar o acervo”, conta Bruno Mansani, administrador do futuro Museu da Catedral. Este acervo estava guardado em uma das salas do prédio, impossibilitando a visitação. O local a ser destinado às obras sacras é o subsolo que, desde a construção, nunca foi utilizado. 

A organização do museu ficará a cargo da Pastoral do Patrimônio e Assuntos Culturais, mas terá a participação de outros paroquianos. “Utilizamos os valores arrecadados com os ingressos das visitas para investir no museu, além de doações”, diz o administrador. A ideia inicial era deixar o museu pronto para o aniversário de 200 anos da paróquia, em 2023, mas o processo está paralisado e sem previsão de término devido à pandemia.

 

Universidade

No outro lado da cidade, no almoxarifado do campus de Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), será a sede do Museu de Ciências Naturais. “A ideia desse museu é apresentar o acervo que a universidade tem há muitos anos, seguindo princípios museológicos”, afirma Antônio Liccardo, coordenador do museu. 

A iniciativa de arquitetar o museu partiu de um projeto de extensão que ofertaria visitas aos laboratórios da instituição. “Tínhamos alguns anos de prática em receber visitantes, então nos juntamos para erguer essa ideia de museu”, explica Liccardo. De acordo com ele, o acervo foi organizado a partir de doações, coleções pessoais de pesquisadores e científicas, dos laboratórios da UEPG. A equipe é composta por seis alunos, além de docentes voluntários. No momento, o museu está sendo organizado e estruturado, com previsão de abertura em março de 2022.

 

Foto de Carmen Raquel Cunha e Silva Acervo Memorial do Basquete

Foto: Carmen Raquel Cunha e Silva | Acervo Memorial do Basquete

 

Esporte

Já para os amantes de esporte, um projeto chamado Memorial do Basquete de Ponta Grossa sairá do papel, idealizado pela ex-jogadora de basquete Carmen Raquel Cunha e Silva. “Tudo começou com um grupo de amigos percebendo que vários troféus, revistas e jornais estavam largados em ginásios e salas abandonadas”, explica Carmen, atualmente presidente da Associação do Memorial do Basquete de Ponta Grossa. 

O acervo do Memorial será composto por bolas de basquete, medalhas, fotografias, selos, flâmulas e troféus que foram doados pela Liga Desportiva de Ponta Grossa e por ex-atletas, além de itens adquiridos por leilões pela internet. No momento, a Associação procura apoio para encaminhar a primeira parte do projeto, uma pesquisa mais aprofundada de acervo em outros locais da cidade, como o Museu Campos Gerais. Depois, segue para a segunda parte: captar recursos para começar a execução. 

Por depender de um espaço físico, a expectativa é que o Memorial abra em 2022. “Queremos fazer isso de forma que a comunidade possa visitar, reconhecer tudo o que já aconteceu e ainda acontece no basquete em Ponta Grossa, pois a história não se acaba, ela perpetua”, finaliza Carmem.

 

Este texto faz parte da edição 220 do Foca Livre, jornal-laboratório produzido por alunos do segundo ano de jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

 

Ficha técnica:
Repórter: Maria Luiza Pontaldi
Edição: Carlos Eduardo Mendes e Tayna Lyra
Publicação: Tayna Lyra
Supervisão: Cândida Oliveira, Marcos Zibordi, Mauricio Liesen e Jeferson Bertolini

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