Kimberlly Safraide
Foto: Kimberlly Safraide

Os brechós são alternativa para quem busca moda sustentável e preços baixos

Nos últimos anos, a compra de roupas de segunda mão se popularizou em Ponta Grossa e passou a ser uma alternativa para quem procura uma saída para os altos preços em lojas convencionais. Os brechós – lojas que vendem principalmente roupas e calçados usados – estão ganhando clientes e espaço no centro da cidade.

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), um dos serviços mais promissores em 2017 são os que atendem às necessidades básicas, principalmente aqueles que são alternativas baratas. As últimas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que nos primeiros três meses do ano o comércio varejista teve queda de 3%; nos últimos doze meses, a queda foi de 5,3%. Vestuário e calçados estão entre os produtos que apresentaram taxas negativas.

De acordo com a jornalista Nicoly França, do canal ponta-grossense Lado Avesso, mantido no Youtube, a popularização se dá pelo maior acesso à informação e à abundância de oferta desse tipo de serviço. Ela diz que a mídia está ajudando as pessoas a perderem o preconceito e aderirem à moda sustentável.

Ponta Grossa, apesar de já apresentar um aumento no comércio, ainda tem muito a crescer. "Em cidades como São Paulo, por exemplo, já é muito bem difundido isso [consumo em brechós], já tem muitos eventos e feiras de troca", compara a jornalista. O canal, que tem por objetivo promover o consumo de moda sustentável, faz eventos de troca e venda na cidade.

A consumidora Júlia Prado, revela que hoje em dia a maior parte do seu guarda-roupa é composto por roupas de brechó. "Comecei a comprar porque eu vi como uma alternativa para os preços das roupas novas", lembra. Além disso, ela gosta de peças diferentes que ninguém mais esteja usando no momento, ao contrário das fast-fashion que oferecem uma mesma peça em grandes quantidades.

Atrativos para o consumo

Para as comerciantes da Rua Coronel Francisco Ribas, onde se encontram seis brechós lado a lado, que surgiram a aproximadamente há um ano, o público que procura os brechós é variado e de todas as classes. Porém, o consumo é, em maioria, de mulheres, mesmo que haja outras opções. Para homens e crianças, não se encontram tantas araras de roupas. Segundo as comerciantes, os homens compram menos que as mulheres e, no caso das crianças, se tem o costume de repassar as roupas para outras crianças.

A comerciante Simone Aparecida começou a vender na própria casa no boca-a-boca, mas há dois meses decidiu abrir a loja física para atrair mais clientes. Ela conta que, entre os atrativos da sua loja, está o fato de as roupas serem lavadas, passadas e costuradas em caso de defeitos, além de a loja ser bem organizada e o cliente não ter que ficar procurando muito para achar algo que goste.

A proprietária de outro brechó, Leni Souza Penteado, conta que as pessoas estão em busca de peças diferentes e exclusivas que não se encontram mais nas lojas convencionais. “O pessoal procura muito roupas de marca e, às vezes, roupas mais em conta”, relata.

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