Quarteto de locadoras ainda resiste na cidade de Ponta Grossa, mesmo com novas formas de assistir filmes online.
Foto: Rafael Santos e Ana Istschuk

 

As locadoras de filmes estão cada vez mais em minoria no mercado ponta-grossense, mas ainda se mantém no comércio de filmes. Segundo os proprietários, atualmente o principal meio para conseguir clientes é através do Facebook, ou divulgando em redes sociais. Há alguns anos eram mais de 30 Locadoras de filmes em Ponta Grossa, hoje o número se restringe à apenas quatro, espalhadas em diferentes pontos da cidade.
De acordo com a proprietária da Locadora Aneisa, Ana Ferreira, que está no mercado há quatro anos e meio “agrega-se outros produtos além dos filmes, para estimular o cliente a frequentar o estabelecimento, e não pode se deixar intimidar por formas de filme piratas”.

 

 


Hoje Ana Ferreira possui 8.965 clientes cadastrados, mas é apenas a média de 4.500 clientes que ainda aluga os filmes. “Alguns vem esporadicamente, uns toda semana e outros todo dia”, afirma.
Mesmo com a internet e as novas formas de acessar filmes online, o grande vilão das locadoras continua sendo a pirataria que, agora com a internet, fica mais fácil de propagar o mercado ilegal de distribuição de filmes. “A Netflix que é uma plataforma que todo mundo conhece, não é um fator prejudicial ao mercado, pois tem mais séries do que filmes, embora seja um concorrente. O que prejudica são os sites clandestinos”, analisa o proprietário da locadora Five Star Vídeo, Kelser Ricardo Miler.

 


Locar filmes para o final de semana era um exercício familiar. Muitas pessoas aproveitavam promoções e o longo prazo para devolução, levando muitos filmes para o final de semana, quase como um costume de uma época não muito distante.

 

 


Para o colecionador de DVDs, Vinicius Costa, “esse costume se perdeu com a pirataria. Os DVDs piratas chegaram a custar menos que a locação de um original, logo as pessoas preferiram comprar os falsos, o que se tornou uma péssima influência para os filhos”.

 

 

Ele ainda ressalta que as formas online de assistir filmes não são um problema: “As locadoras tinham grande variedade de filmes, mas discordo que seja um acervo maior que a internet. Hoje em dia, filmes que nunca foram lançados no Brasil são facilmente encontrados para download na rede, todos com legenda e qualidade superior ao DVD, é praticamente impossível pensar em um filme e não encontrá-lo na web”.

 


O mercado VHS ainda resiste ao século XXI, não tendo a tecnologia como principal vilão, mas a pirataria que ainda está se propagando. De acordo com a Ana Ferreira, que participa de um grupo no Facebook de donos de locadoras no país, existem ainda cerca de 255 locadoras, mas esse grupo vem diminuindo ao longo dos anos.

 


Já o sócio e proprietário da empresa Território Geek, Diego Juraski, defende que “estudos comprovam que a pirataria em nada afeta as vendas e que ao contrario do que dizem, ele faz as vendas aumentarem, pois os consumidores que adquirem um produto pirata acabam gostando do filme e compram o original”, além disso ele acrescenta que é completamente a favor da pirataria e de alternativas para a copyright, como por exemplo o Creative Commons.