O geólogo e professor fala sobre a preparação de sua viagem de bicicleta ao Chile. Foto: Victor Ribas

Gilson Burigo Guimarães tem 50 anos e pedala há 35. O geólogo percorre grandes distâncias usando bicicleta como instrumento de conhecimento geológico. A próxima aventura do professor é uma viagem em direção a Cordilheira dos Andes, partindo da Argentina, com os filhos Bruno e Rodrigo. A viagem acontecerá entre os dias 26 de dezembro a 15 de janeiro de 2016.


O professor que trabalha no Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa planeja viagens de uma maneira diferente. Segundo ele, viajar de carro ou avião atrapalha o aproveitamento da paisagem. “Quando você está pedalando, você conversa consigo mesmo, então acaba absorvendo a paisagem muito melhor”. Gilson conta que através da bike ele pode observar melhor a paisagem, examinar materiais geológicos, além de conversar e conhecer o povoado local, fugindo de um roteiro predeterminado.


O grupo de aventureiros sai da cidade de Salta, na Argentina, e de lá segue por pontos e cidades da Argentina, passando pelo Deserto do Atacama, no Chile, e terminam a jornada na cidade litorânea de Antofagasta. “Serão cerca de quinze dias de pedalada e o objetivo é conseguir vencer os Andes, de leste para oeste, explorando o que a natureza tem a oferecer e aproveitando o prazer em pedalar, além de poder cruzar o deserto do Atacama, que possui uma grande riqueza, seja na paisagem ou na cultura do povoado”, diz o professor.


Quando perguntado sobre os desafios, Gilson afirma que a altitudes elevadas e as diferenças de clima do deserto serão os principais obstáculos. “Estamos nos preparando para levar um grande volume de água, por causa dos trechos onde não tem cidades”, conta.


O Geólogo também comenta que a história de pedalar grandes distâncias já é antiga. Gilson começou o hobby quando iniciou a graduação. “Nasci em Curitiba e fiz curso de Geologia. Eu morava na Barreirinha, um bairro que ficava a uns 15 quilômetros do Centro Politécnico, e como eu era de família simples precisava economizar. Ganhei uma bicicleta e, resumindo, fui quase todos os anos de graduação de bicicleta para a aula”.


Gilson já tem experiências em grandes distâncias. Ele conta que já pedalou de Porto Alegre a Montevidéu em 1985, de Curitiba até Santa Catarina em 2014, além dos percursos que ele realiza dentro do Paraná.


“O pessoal acha que é loucura e me perguntam o que tenho na cabeça, mas pedalar é muito mais simples do que as pessoas imaginam. A atividade física me ajuda a dar conta das minhas atividades do dia a dia, é uma válvula de escape que me ajuda a levar a vida”, conclui.


Gilson tem três filhos e todos tem um contato com o ciclismo. O geólogo afirma que eles estão planejando viajar até a Europa para pedalar pelas cidades de origem da família. Bruno, Paula e Rodrigo farão uma pedalada de Portugal até a Espanha.

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