Competições acontecem sem participação do Conselho - membros ainda não foram nomeados
O Conselho Municipal de Esportes segue inativo em 2021. Com a proximidade do fim do ano, o Conselho - que é de caráter consultivo, sem poder de decisão -, não realizou nenhuma reunião neste ano. Mesmo assim, Ponta Grossa sediou o início da fase regional de duas das principais competições do estado, os Jogos da Juventude (JOJUPs) e os Jogos Abertos do Paraná (JAPs). O conselho aguarda publicação em Diário Oficial para convocação dos membros.
Durante a pandemia, a cidade sediou competições esportivas amadoras e profissionais, e algumas decisões poderiam ter tido atuação do conselho. Em fevereiro deste ano, a cidade sediava o primeiro turno do Campeonato Brasileiro de Basquete, porém, com a publicação de um decreto que proibia a prática de atividades não essenciais, a competição teve de ser paralisada faltando apenas duas rodadas para o término do turno. Os jogos tiveram de ser realocados para Brusque, em Santa Catarina, causando prejuízo logístico e financeiro às equipes participantes, incluindo o Novo Basquete Ponta Grossa (NBPG), equipe profissional.
Ainda que fosse pertinente a paralisação dos jogos, diante do aumento no número de casos da covid-19 no município, na mesma semana, o Operário Ferroviário estreou no Campeonato Paranaense, contra o Azuriz, jogando no Germano Kruger. A estreia contrariou o pedido do Ministério Público, que recomendou à Prefeitura de Ponta Grossa a suspensão da partida.
Sem poder de atuação
Questionado sobre a atuação do Conselho de Esporte, Marcelo Brustolin, diretor de planejamento, declarou que o Conselho pouco poderia fazer, pelo pouco “poder” que tem - sendo apenas de caráter consultivo - e que questionar a paralisação de apenas um dos esportes na cidade seria “apenas mais um questionamento, dentre tantos outros”.
No último mês, as equipes feminina e masculina de handebol da cidade iniciaram uma mobilização nas redes sociais, pela falta de apoio do poder público. Os times estão com presença garantida na Liga Metropolitana de Handebol, na cidade de Campo Largo (87 km de Ponta Grossa), porém, não tem auxílio da prefeitura para alimentação e transporte. Diante dos gastos, os atletas passaram a divulgar uma rifa para ajudar nos custos da viagem.
Diante da repercussão nas redes sociais, a prefeitura de Ponta Grossa - através de sua conta oficial do Twitter - manifestou que “possui Acordos de Cooperação Técnica com entidades esportivas da cidade - incluindo a Liga de Handebol, no qual as duas equipes fazem parte -, ficando responsável pela cessão de espaços para treinos, material esportivo e o transporte para competições oficiais estaduais”.
A Prefeitura ainda publicou que, com relação ao transporte, “as demandas são atendidas conforme disponibilidade de veículos, considerando todas as entidades que possuem vínculo com Acordos de Cooperação Técnica no âmbito do Esporte”.
Novamente procurado pela reportagem, Marcelo Brustolin - diretor de planejamento do Conselho de Esportes - declarou que a inatividade do Conselho durante o ano se deu pela burocracia - por parte da Prefeitura - envolvendo a nomeação dos membros e também pela demora de entidades em indicar representantes. A respeito da atuação em relação às competições, o diretor disse que o Conselho não pode intervir em assuntos relacionados a calamidades sanitárias - como o caso envolvendo o NBPG e o Operário Ferroviário.
A reportagem entrevistou o técnico das equipes de Handebol de Ponta Grossa, Euller Lima, que contou sobre as dificuldades enfrentadas pelas equipes. Ouça!