Equipes profissionais, de cadeiras de rodas e de base ficaram sem patrocínio

 

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Atletas do Tubarões treinam antes da paralisação do projeto. Atividades estão suspensas desde o início da pandemia. Foto: André Ribeiro/Foca Foto

 

O esporte com mais tradição na história de Ponta Grossa vive tempos difíceis. Equipes que representam a cidade em competições estaduais, nacionais e paradesportivas sofrem com a falta de investimento do poder público e da iniciativa privada para a participação em competições da temporada 2022.

O Novo Basquete Ponta Grossa (NBPG) é um projeto desenvolvido pela Liga Desportiva de Ponta Grossa (LDPG) que existe há mais de 13 anos.  O NBPG tem times nas categorias de base, entre 12 e 19 anos, além de duas adultas, masculinas e femininas. O projeto teve como patrocinador máster o Instituto CCR, que custeava uniformes, viagens, transporte e manutenção. A parceria acabou no final de 2021, quando deixaram de ser renovadas as concessões de pedágios da empresa com o governo do Paraná.

Outra parceria finalizada foi com a Rodonorte, que pagava R$ 400 mil à Liga Desportiva de Ponta Grossa por ano. Com o fim do investimento, a equipe masculina profissional foi a mais prejudicadal. Durante 13 anos, o time conquistou um Campeonato Brasileiro, uma Supercopa do Brasil, quatro Copas Brasil Sul, quatro Campeonatos Paranaenses e três Taças Paraná.

Os atletas do NBPG realizam estágio remunerado dando treinos para jogadores das categorias de base e têm bolsa de estudos para graduação em ensino superior. O armador Wilsinho está em Ponta Grossa desde 2017 e relata a reação dos atletas ao saberem do fim do patrocínio.

“A gente fica um pouco apreensivo porque todos querem estar ali jogando basquete e estudando. Agora vamos torcer para que volte ao normal logo”. Mesmo com a equipe profissional não participando das competições, os atletas seguem fazendo o estágio remunerado e suas graduações via bolsa de estudos oferecidas pela LDPG e faculdades. 

Outra equipe de basquetebol de Ponta Grossa com dificuldades financeiras é o Tubarões, de paradesporto, que atua nas competições em cadeira de rodas. O projeto criado em 2008 soma mais de 40 títulos em 14 anos. O Tubarões era custeado pela MM Mercadomóveis e pela Secretaria Municipal de Esportes até o final de 2020. 

A iniciativa privada destinava mais de R$ 100 mil anualmente para os salários da comissão técnica, pagamento de taxas e alimentação, e o poder público fornecia transporte e matinha o projeto Prata da Casa. Em 2020, os treinos e competições foram paralisados devido à pandemia e, em abril do mesmo ano, um incêndio na sala do time no Ginásio Jamal Farjallah Bazzi queimou todos os equipamentos, que não foram comprados novamente. 

O técnico e coordenador do Tubarões, Ben-Hur Chiconato, explica que a equipe deixará de disputar competições oficiais. “Quando voltar será um projeto apenas social, temos uma vaga no Campeonato Brasileiro e no Paranaense, mas não iremos participar. Os atletas vão se reunir apenas para bater uma bolinha e praticar exercício físico. É o que restou de um projeto tão campeão”. 

Outra situação delicada é das categorias de base. O secretário de esportes de Ponta Grossa, Marcos Rasch, afirmou que por conta de cortes de despesas, a cidade não participará de nenhuma modalidade dos Jogos Abertos, Jogos Paradesportivos e Jogos da Juventude do Paraná. 

Mesmo com os times se oferecendo para jogar sem o auxílio oficial, a iniciativa foi rejeitada. O motivo da rejeição foi de não beneficiar as equipes das modalidades que tivessem condições de bancar suas participações, mesmo sem o apoio da prefeitura; assim, nenhum esporte seria privilegiado. A prefeitura destinava R$ 16 mil a cada equipe coletiva que disputava competições estaduais. 

 

Ficha Técnica:
Reportagem: Eduardo Machado
Supervisão de produção de texto: Marcos Zibordi
Supervisão da disciplina de NRI III: Marcelo Bronosky e Muriel Amaral

 

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