Vendidos no país desde 1970, os álbuns da copa do mundo são tradição para amantes de futebol e proporcionam parcerias

A copa do mundo de futebol masculino acontecerá entre os dias 20 de novembro a 18 de dezembro no Qatar. O evento está em sua vigésima segunda edição e apresenta novidades. Dentre elas, a primeira edição a ser realizada no Oriente Médio. O país está localizado em uma região desértica, os meses de Março a Outubro apresentam elevadas temperaturas.  Devido a isso, pela primeira vez, a FIFA modificou o calendário dos jogos que tradicionalmente ocorriam no meio do ano. Além disso, essa edição será a última a ter o formato de 32 equipes. Em 2026 passará a contar com 48 equipes. O que não é novidade é a tradição que o brasileiro têm por trocar figurinhas e colecionar álbuns da copa.

Segundo pesquisa realizada em 2018 pela Panini, companhia responsável pela criação e distribuição dos álbuns de figurinha da Copa, o Brasil é líder na compra de figurinhas. O desejo de guardar uma recordação de cada Copa reflete  na grande quantidade de colecionadores, que buscam completar os álbuns como uma tradição que passa de pai para filho. 

O estudante Eduardo Bento tem 27 anos e desde criança segue a tradição de trocar figurinhas. Este ano, dois meses após o início da distribuição de álbuns da copa no Brasil (agosto), o estudante já completou seu álbum e comprou seis das quatorze edições já lançadas. Desde 2002, ano em que o Brasil foi penta, possui todos os álbuns da Copa do Mundo completos. “Comecei a colecionar álbuns da Copa porque,  naquele ano, o Brasil era cheio de craques na seleção e claro a paixão pelo futebol’’, relembra com orgulho.

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Álbuns já sendo vendidos nas bancas | Foto: Camila Souza Ferreira

Pelas ruas da cidade é fácil encontrar amantes do futebol que se reúnem em bancas para troca de figurinhas. O público é variado, desde crianças com seus pais e até mesmo idosos. Foi em uma banca no centro da cidade que Franklin Bovato e sua filha Maria Clara buscavam figurinhas entre as pessoas para conseguir completar seu segundo álbum juntos. Pai e filha completaram o álbum de 2018 e estão fazendo o possível para completar a edição deste ano. 

Foi por causa do sucesso que os álbuns causaram que Maria Clara sentiu o desejo de completar seu próprio álbum junto com o pai. “Começou ao ver na escola os meninos mais velhos. Estava todo mundo comentando e trocando figurinhas, completando álbuns. Aí eu comentei com o meu pai e a gente começou a trocar com o povo da banca’’, relembra a adolescente.

Já para Franklin, pai da Maria, o espírito de colaboração é o mais bacana, ‘’Eu acho legal principalmente pela interação que isso proporciona entre as crianças. A troca é muito importante, onde ninguém busca levar vantagem sobre o próximo e sim ajudar o outro a colecionar e completar, esse espírito de colaboração é bacana’’, relata entusiasmado.

 

ÁLBUNS DA COPA NO BRASIL

Foi em 1950, ano em que a Copa do Mundo foi sediada no Brasil pela primeira vez, que os famosos álbuns da Copa surgiram no país. A primeira edição foi distribuída por uma companhia de doces chamada A Americana Ltda. As figurinhas vinham acompanhadas de balas como forma de brindes. 

O sucesso e tradição por colecionar álbuns da Copa se solidificou no Brasil apenas em 1970 com a copa do mundo sendo sediada no México, vencida pela seleção brasileira. Nessa época a Panini já havia assumido o título de editora de álbuns da copa. E atualmente a companhia é a  responsável por todas as quatorze edições já lançadas.

 

Ficha técnica

Reportagem: Camila Souza

Edição e publicação: Maria Eduarda Ribeiro

Supervisão de produção: Ricardo Tesseroli

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Marcelo Bronosky, Ricardo Tesseroli.

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