Polarização política gera posicionamentos contrários sobre realização do evento fora de época

 

Com o fim do ano próximo, as pessoas começam a pensar no Natal, fazem planos para passar as festas com a família e amigos e as viagens entram no radar para aqueles que têm melhores condições financeiras. Além das possibilidades de reuniões festivas tradicionais, o calendário do final deste ano tem um evento especial: a Copa do Mundo.

 

foto copaFoto: Gustavo Dornelles/Arquivo Lente Quente

Em 2022, o mundial acontece pela primeira vez no Oriente Médio, no Catar, e a diferença no fuso horário não será empecilho às pessoas que se reunirão para assistir aos jogos, nem as divergências políticas que acirram embates e discussões entre os brasileiros há alguns anos.

Alisson Daniel Santos, vendedor, afirma que em época de Copa o que realmente importa é torcer e estar ao lado de pessoas próximas. “Por enquanto nosso jogo na fase de grupos vai acontecer pela tarde, mas mesmo se algum acontecer pela manhã, vamos reunir sempre na casa de um amigo, chamar o pessoal e torcer”, conta. E o que entra em campo é apenas a paixão pelo futebol, as desavenças políticas, para ele, ficou no passado. “Esse momento já passou, precisamos focar em outras coisas, teremos tempo de discutir política ao longo desses quatro anos, mas a oportunidade do hexa é agora”, afirma.

A Copa do Mundo não deixa apenas os homens ansiosos, mas também as mulheres de diversas idades. É o caso de Maria Teresa Fidêncio, uma dona de casa de 70 anos, que é apaixonada por futebol e não vê a hora dos jogos começarem. “Esse ano eu espero juntar todos os meus filhos e netos aqui em casa, fazer um churrasquinho e ver o jogo”, comenta a aposentada. A dona de casa espera que divergências políticas não sejam assuntos em sua casa e deseja que todos os seus cinco filhos e oito netos estejam presentes com ela. “Não me importo quem meus filhos apoiaram, quero todos comigo”, ressalta. 

Apesar de toda essa animação com o mundial, ainda existem aqueles que problematizam o evento. Vera Lúcia, de 65 anos, afirma que, para ela, o momento atual não é para festa. “Estamos em meio a um 'golpe', não é tempo de comemorar a Copa, necessitamos de uma ação governamental”, comenta sobre a vitória de Luís Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de outubro, que foi considerada legítima pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e órgãos internacionais.

A senhora diz ainda que, mesmo que seus parentes estejam em clima de festa, ela não deseja comemorar. “Meus filhos me convidaram para assistir aos jogos e torcer, mas agora é momento de ‘lutar pelo nosso país’, meus filhos infelizmente não partilham da minha opinião, não verei esses jogos”, comenta.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Amanda Martins

Edição e publicação: Carlos Solek

Supervisão de produção: Muriel E. P. do Amaral

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Ricardo Tesseroli

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