Segunda edição do evento atraiu público de cerca de 30 mil pessoas
A prática esportiva que combina técnica, tradição e espetáculo visual, envolve voos em balões de ar quente e tem ganhado cada vez mais visibilidade no Brasil. Podendo ser realizada por amadores e profissionais, os balões livres tripulados tem como principal finalidade o lazer e a participação em competições. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) reconhece o balonismo como esporte aéreo e regulamenta as práticas profissionais e desportivas. Além disso, a agência designa espaços de voos que respeitem os sistemas de segurança. Atualmente, a Confederação Brasileira do Balonismo (CBB) é a entidade responsável por organizar campeonatos no território nacional.
O balonismo, que é a prática de voos de balões de ar quente, nasceu em 1783, quando ocorreu o primeiro voo em Paris. No Brasil, o primeiro voo de balão ocorreu em 1885 e em 1987 foi fundada a Associação Brasileira de Balonismo (ABB), que regulamentou a prática como um esporte no país.
Erick Bittencourt competiu no 2° Festival de Balonismo de Ponta Grossa, realizado em julho e conquistou o terceiro lugar no pódio da competição. Natural de Maringá, Erick tem contato com o esporte desde que nasceu, já que seu pai é piloto desde 2001. Desde pequeno ele acompanha as competições, o que o incentivou a ter vontade de seguir os passos do pai. “Assim que eu fiz 18 anos, já me formei como piloto, mas no momento não era para competir, era mais para trabalhar”, conta.
Lucas Chemin competiu pela segunda vez no festival de Ponta Grossa e conquistou o segundo lugar. Na primeira edição, em 2023, ele foi campeão. O balonista tirou a habilitação aos 18 anos de idade e começou a competir há aproximadamente quatro anos. Seu pai, piloto desde os anos 90, estimulou a prática entre os três filhos. Dos dez balonistas que competiram no evento em Ponta Grossa, quatro fazem parte da família Chemin. “É uma coisa de família, que já está passando para a terceira geração. Meu sobrinho de 14 anos já nos acompanha ", afirma. A família ainda possui uma fábrica de balões que é referência no ramo.
Para tirar a habilitação de piloto, é necessário fazer um curso com aulas teóricas e práticas. De acordo com Erick Bittencourt, é semelhante ao processo para se tornar piloto de avião. Além das provas de habilidades, é preciso que a saúde do piloto seja verificada pelo Certificado Médico Aeronáutico (CMA). “A parte principal seria o CMA. São vários exames feitos, pode ser em um hospital credenciado pela ANAC [Agência Nacional de Aviação Civil], porque o piloto não pode ter nenhum problema de saúde”, explica.
A competição é monitorada de maneira digital, por meio de aplicativos | Foto: Mariana Borba
Desafios na prática
As condições do tempo influenciam os voos de balão. Ventos fortes, chuva e neblina impossibilitam um voo seguro, como conta Bittencourt: “Na competição, foram cancelados dois dias de voos da manhã, devido à falta de visibilidade. O principal é ver o chão. E como em Ponta Grossa o céu amanheceu muito fechado, não pudemos voar”.
Os pilotos de balão ainda precisam levar em conta fatores como a segurança. Lucas explica que é importante revisar todos os equipamentos. “Como primeira coisa antes de voar, a gente testa se todos os tanques de gás estão completos. Conferência no sistema de maçarico principalmente para ver se a ‘chama piloto’ está acesa para manter o fogo”, explica. O piloto também conta que é necessário fazer uma inspeção quando o balão ainda está inflando.
2° Festival de Balonismo de Ponta Grossa
Entre os dias 19 a 21 de julho o Centro de Eventos recebeu o 2° Festival de Balonismo, evento gratuito que reuniu público estimado de 30 mil pessoas, de acordo com a Prefeitura de Ponta Grossa.
Além da bela vista dos balões de ar quente no céu, o que chamou a atenção dos espectadores foi a curiosidade em entender como é executada a prática, já que é um esporte pouco conhecido por grande parte da população. Isso é o que afirma Carlos Oliszeski, uma das pessoas presentes no último dia da competição. “Um festival desse é muito importante, pois o povo não conhece a cultura do balonismo”. O Festival reuniu pessoas de outras cidades que assistiram o espetáculo de cores no céu. É o caso de João Vitor de Oliveira, que esteve no evento: “Eu acho interessante porque, por exemplo, sou de Castro, então o festival traz um público diferente à cidade e torna a comunidade mais ativa”, relata.
Ficha Técnica
Produção: Mariana Borba
Edição e publicação: Annelise dos Santos; Betania Ramos; Iolanda Lima; Karen Stinski e Lívia Hass
Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Kevin Furtado