Paris 2024 teve a maior participação feminina da história; atletas femininas trouxeram a maioria das medalhas do Brasil

 

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 ficaram marcados na história como os jogos das mulheres. Pela primeira vez, desde a primeira participação feminina, em 1900,  o evento contou com igualdade de gênero no número de participantes. Entre as modalidades com medalhas, foram 152 femininas, 157 masculinas e 20 mistas. As brasileiras também foram destaques da edição: pela primeira vez na história, a delegação olímpica do Brasil foi composta por mais mulheres que homens. Dos 277 atletas, 153 eram mulheres e 124 eram homens. Elas também foram a maioria dos pódios: no total, as atletas foram responsáveis por 12 das 20 medalhas conquistadas pelo país. 

Para a professora e educadora física Carolina Paioli, grandes eventos esportivos estimulam a prática de esportes. “Muitas pessoas, especialmente as crianças, se inspiram no que elas veem, e as Olimpíadas são um grande incentivo para a prática esportiva”. Segundo ela, o ciclo olímpico afeta também os estudantes. “A cada quatro anos, nós vemos um aumento do interesse por parte dos alunos em certos esportes; na última edição, por exemplo, que inaugurou a modalidade do skate, vimos um interesse crescente nas pessoas por praticar também”, explica.

Segundo Paioli. a presença e destaque das mulheres estimula o interesse das alunas que, muitas vezes, não são incentivadas a praticar esportes por questões de gênero. “Hoje nós estamos pouco a pouco ganhando mais espaço no esporte, e quando as meninas enxergam isso, elas também podem sonhar em um dia serem atletas, ou mesmo apenas se interessar por uma prática esportiva que vai ser benéfica para´toda a vida dela”, afirma.

Na opinião da árbitra da Federação de Atletismo do Paraná (FAP), Dayane Pilarski, o incentivo à prática esportiva na cidade decresceu com os anos, e necessita de mais atenção. Para ela, apesar de alguns avanços, diminuiu o incentivo público aos atletas, o que se reflete na performance deles nas competições. “Ponta Grossa tem um potencial enorme para crescer em todos os esportes, mas sem trazer gente de fora para alcançar isso; a gente precisa incentivar na nossa cidade mesmo”, afirma.

Para a árbitra, a presença e participação feminina em eventos esportivos incentiva a formação de novas atletas. “Paris 2024 queria mais de 85% da arbitragem feminina. É um espaço que estamos conquistando e  tende a melhorar”.

A karateca Brenda Garret, integrante da Seleção Brasileira de Karatê e praticante desde os cinco anos, conta que além dos pais, ambos professores da arte marcial, sempre teve como inspiração outros atletas, principalmente mulheres. “A gente sempre precisa de uma inspiração. Para mim, as mulheres, principalmente, sempre me inspiraram mais do que os atletas homens”, comenta. 

Hoje, Garret é sensei e ensina arte marcial para crianças. Segundo a atleta, ao contrário da crença popular de que lutas são esportes para homens, ela vê mais empenho e dedicação ao karatê entre suas alunas. “Na maioria dos casos, as meninas são muito mais determinadas que os meninos. Nas minhas aulas, eu tenho participação mais ativa delas que deles”, constata. Para ela, isso é um sinal do espaço conquistado pelas mulheres dentro dos esportes e uma vitória na luta por mais igualdade.

 

Ficha Técnica

Produção: Lívia Santos

Edição e publicação: Vitória Schredehof

Supervisão de produção: Muriel Emidio Pessoa do Amaral

Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado

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