Unindo o movimento e o bem-estar, projeto oferece treinamento funcional e inteligência emocional infantil
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças e adolescentes realizem ao menos 60 minutos de atividade física todos os dias. As atividades mais aconselhadas são aquelas que fortalecem os ossos e músculos como, por exemplo, o treinamento funcional. Prática em ascensão, proporciona melhora na coordenação motora e, também, diversão, visto que pode ser praticado em grupos, respeitando a condição física de cada praticante.
Matheus Cavalli é dono de uma instituição privada que oferece treinamento funcional infantil em domicílio. Ele explica que o objetivo desta modalidade é desenvolver na criança os quatro pilares da atividade física (os aspectos motor, cognitivo, social e afetivo) de maneira dinâmica. “A criança faz o exercício para se divertir. Ao brincar com amigos, ela não sabe que está trabalhando equilíbrio, força e coordenação”.
O treinamento funcional amplia as possibilidades de desenvolvimento da criança. Ramon Jacopetti, que trabalha na instituição, indica que, nas escolas, a educação física costuma tratar apenas de esportes. “O funcional é mais focado naquilo que a criança precisa desenvolver. É como se fosse um reforço”. Para ele, as crianças que fazem atividades físicas além daquelas oferecidas pela escola se tornam mais capacitadas a exercer habilidades que vão utilizar a vida toda, como movimentos com a mão esquerda, por exemplo.
De acordo com uma pesquisa realizada por profissionais de educação física da Universidade Católica Dom Bosco em Campo Grande (MS), 87,5% dos pais colocam seus filhos para praticar treinamento funcional buscando saúde e qualidade de vida. Entre as mudanças físicas e comportamentais que os pais notaram em seus filhos, estão a melhora na socialização e nas capacidades físicas.
Treinamento funcional e inteligência emocional
Cavalli, que também é educador físico, e a psicóloga infantil Marilize Soistak, iniciaram em Ponta Grossa, em setembro de 2024, o projeto Treinamento funcional e inteligência emocional que busca, por meio de brincadeiras e socialização, desenvolver habilidades que complementam o crescimento ativo e saudável das crianças. Para cada aula, os professores selecionam uma temática. Os profissionais conversam com as crianças sobre o assunto e passam uma série de exercícios para o corpo e a mente.
Segundo Cavalli, as duas áreas, mesmo distintas, se complementam. “Nas minhas aulas, eu uso técnicas de inteligência emocional para ensinar as crianças a ter coragem e respeito. No esporte, é preciso saber ganhar e perder, e isso está ligado às emoções”. Marilize trabalha a inteligência emocional das crianças por meio de atividades ligadas ao movimento corporal. “Tem muitas crianças que são agitadas e, às vezes, para acalmá-las o melhor jeito é fazer com que se movimentem mais”. Ela acrescenta que a inteligência emocional serve para ajudar as crianças com questões do dia a dia. “O objetivo é prepará-las para quando tiverem dificuldades de resolverem questões, para saberem se posicionar, sentir, falar do que gostam”, finaliza.
Ficha técnica
Produção: Loren Leuch
Edição e publicação: NIcolle Brustolim, Gabriel Aparecido, Victor Schinato e Lucas Veloso
Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza
Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado