Das seis candidaturas à câmara de vereadores com menos votos, quatro são de candidatas mulheres. Somadas, elas obtiveram 11 votos. Na verdade, a soma contabiliza votos de apenas 3 candidatas: Maidi shotig com dois votos, Missionária Michele com quatro votos e Cabeleireira Leila com cinco votos que é o nome de campanha da Karina de Fátima D’amico de Almeida. A Luana Franciele cordeiro, que seria a quarta candidata nessa contagem, não obteve votos, ou seja, nem ela votou em si mesma. Segundo dados do IBGE, as mulheres representam 53% dos eleitores em Ponta Grossa, os homens 47%. A diferença total é de 14.227 a favor das mulheres, por que essa diferença não conseguiu ser representada nos eleitos para a câmara?
Não adianta achar que a maioria de mulheres no eleitorado, será proporcionalmente representado nos cargos públicos eletivos, no caso, vereadoras e vereadores. Há um problema estrutural anterior à própria eleição que é a sobrecarga na divisão de tarefas domésticas, terceira jornada e a divisão sexual do trabalho, ou seja, quando essas mulheres entram na vida pública já encaram uma série de tarefas a mais que o homem.
A lei da cota partidária, em vigor desde 2009, ajuda na entrada da mulher na vida pública. A questão é que isso é insuficiente para que ela tenha uma trajetória na vida pública exitosa. É necessário que o partido, ou líderes partidários, tratem a mulher como uma candidata capaz de ser eleita e consequentemente, capaz de realizar ações afirmativas como por exemplo, que acabe com essa disparidade na divisão das tarefas entre o homem e mulher como mencionei anteriormente. Essas candidatas não são uma porcentagem.
Confira a crítica em vídeo produzida pelo repórter Vitor Almeida
Ficha técnica:
Repórter: Vitor Almeida
Vídeo: Vitor Almeida
Edição: Vitor Almeida
Supervisão: Angela Aguiar, Manoel Moabis