Presentes na maioria das reuniões e festas, as bebidas alcoólicas são socialmente aceitas e seu consumo incentivado, principalmente na publicidade. Porém, o consumo de álcool aumentou consideravelmente em 2020 decorrente de fatores como estresse, ansiedade e depressão, potencializados pela pandemia de Covid-19, o que preocupa as autoridades de saúde sobre a possível crescente nos casos de alcoolismos provenientes do aumento no consumo de bebidas alcoólicas.
Conforme pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz em abril desse ano, o consumo de álcool entre os brasileiros aumentou 18% desde o início da pandemia, sendo igual entre homens e mulheres.

Apesar de culturalmente ser relacionado a festas e ambiente agradável, a pesquisa da Fiocruz apontou que o aumento no consumo de álcool está associado à frequência com a qual os entrevistados relataram se sentir tristes ou deprimidos. Quanto maior a frequência em que se sentiam assim, tanto maior era o consumo de bebidas alcóolicas.
A preocupação de que o aumento no consumo de álcool elevasse também os casos de alcoolismo fez com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) logo no início da pandemia emitisse uma recomendação aos países para que limitasse as vendas e o acesso às bebidas. Alguns países optaram por seguir a recomendação, como a África do Sul, por exemplo, que proibiu a venda do produto em postos de gasolina. Mas no Brasil, o álcool continuou como item essencial e seu acesso não foi limitado.
Segundo a psiquiatra Alessandra Diel, vice-presidente da Associação Brasileira de estudos de Álcool e outras Drogas (ABEAD), além dos fatores emocionais advindos da pandemia, a publicidade em torno do álcool também atuou como incentivo ao consumo, tanto diretamente, com nas propagandas, quanto indiretamente através, por exemplo, das lives em que as bebidas estavam amplamente presentes.
Por isso, conforme lembra Alessandra, além das recomendações à nível individual, para que aqueles que percebam o excesso no consumo de álcool e a evolução para um quadro de alcoolismo busquem ajuda profissional, há também a recomendação das autoridades de saúde de que hajam políticas públicas, tanto na limitação do acesso ao álcool durante a pandemia, quanto de prestação de apoio e tratamento aos pacientes.

 Confira a crítica audiovisual de Maria Fernanda de Lima.

Ficha Técnica

Repórter: Maria Fernanda de Lima

Vídeo: Maria Fernanda

Edição: Jessica Allana

Supervisão: Angela Aguiar, Manoel Moabis

 

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