Um dos setores mais afetados durante o isolamento causado pela pandemia é o setor cultural. Não é segredo que o artista sobrevive do seu público. Mas o que acontece quando não há público? Alguns artistas se reinventaram na pandemia. Utilizando a tecnologia, conseguiram captar mais visualizações em suas redes sociais. Mas só canais de artistas com impacto nacional conseguem receber visualizações suficientes para que haja renda ou monetização.
Havia uma necessidade, desde o início, de amparar o setor através de politicas públicas. Ponta Grossa, em abril, lançou o edital Em casa com Cultura. 109 artistas foram premiados na cidade, mas neste ano, aproximadamente 600 artistas responderam o censo cultural da cidade. O que aconteceu com o restante dos artistas? Em setembro foi sancionada a Lei Aldir Blanc que trata sobre o auxílio especial para artistas e a área da cultura. Apenas 49 artistas conseguiram obter o auxílio e mais de 200 se inscreveram na cidade.
Na pesquisa “Percepção dos Impactos da Covid-19 no setor Cultural e Criativo do Brasil” 23% dos artistas esperavam uma redução de 100% nos rendimentos de novembro. 46% tinham como principal receita as apresentações.
Nem todos os artistas tem na cultura sua principal fonte de renda. Alguns trabalham em empresas do setor privado, que também está fragilizado. Demissões em massas e a diminuição de investimentos com a cultura, por conta do isolamento social dificultam ainda mais a sobrevivência desses artistas.. O auxílio se encerra em 2021 e o setor terá um longo caminho pela frente até a retomada. Será necessário um amparo governamental, assim como em todas as outras áreas afetadas pelo covid-19. Afinal, não são só os artistas que perderam renda, mas os consumidores de cultura também, e isso não se resolve no minuto seguinte de uma possível reabertura das casas de show ou liberação das apresentações culturais.
Ficha Técnica
Repórter: Jessica Allana
Edição: Larissa Hofbauer, Jessica Allana
Supervisão: Angela Aguiar, Manoel Moabis, Jeferson Bertolini.