Alguma vez você já pagou para trabalhar? Esta é a realidade que muitos músicos ponta-grossenses sofreram ao longo da pandemia. Como se já não bastasse a dificuldade de conseguir sobreviver da música em meio a um ano extremamente difícil para a classe artística, alguns estabelecimentos da cidade cobraram valores que chegam a 400 reais para ceder seus espaços para os músicos realizarem lives. Antes da pandemia, os músicos ajudavam a atrair público para os bares e restaurantes, e quando os músicos mais precisam de ajuda dos estabelecimentos, são explorados de maneira lamentável. 

Com a reabertura dos estabelecimentos no mês junho, a maioria voltou a trabalhar nos barzinhos e restaurantes, porém, de acordo com o sambista Allan Luttierre, a renda atual dos músicos ainda está muito longe de ser aquilo que ganhavam antes da pandemia. Com o aumento no número de casos no final de novembro e início de dezembro, os músicos temem um novo fechamento dos estabelecimentos. 

No começo de setembro Ponta Grossa recebeu um auxílio do Governo Federal de mais de 2 milhões de reais que seriam distribuídos para a classe artística da cidade, e, obviamente, os músicos estão inclusos nessa classe. Com isso, 261 agentes culturais começaram a receber no começo de dezembro um auxílio de 600 reais por mês. No entanto, a demora de 8 meses de pandemia para que esse valor chegasse aos músicos causou dívidas que, muito provavelmente, 600 reais por mês não irão pagar tão cedo. 

Afinal, qual o plano da Prefeitura para os músicos independentes que não tem ligação com os eventos culturais da cidade e, portanto, não podem participar dos editais de fomento da Fundação Municipal de Cultura? Existe algum plano para a classe musical independente sobreviver da música sem precisar pagar para fazer lives? Os bares e restaurantes abertos ajudam, mas a classe musical diz precisar da volta dos shows, nos quais os cachês são maiores. E é óbvio que com o aumento recente dos casos de Covid-19, a volta de shows fica cada vez mais distante. A questão é: Qual será o destino dos músicos ponta-grossenses nos próximos meses a não ser depender do auxílio de 600 reais?

Confira a crítica audiovisual de Marcus Benedetti:

Ficha técnica

Repórter: Marcus Benedetti

Edição: Marcus Benedetti

Supervisão: Angela Aguiar, Jefferson Bertolini e Manoel Moabis

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