Confira a crítica audiovisual de Daniela Valenga:
Por conta da pandemia da Covid-19, os cinemas foram fechados e os fãs precisaram encontrar alternativas para manter o entretenimento. Em Ponta Grossa, uma das opções é o cinema Drive In, que esteve aberto em alguns momentos. Nesse modelo muito popular nos anos 80 nos Estados Unidos, as pessoas assistem filmes dentro dos seus carros, evitando aglomerações. Mas a alternativa que realmente ganhou destaque é acompanhar filmes e séries de forma online. Uma das opções são os serviços de streaming audiovisual que, por um valor mensal, oferecem séries, filmes e programas de tv com vídeo sob demanda, ou seja, para assistir quando quiser.
Você pode não reconhecer o termo streaming, mas uma pesquisa divulgada em 2020 indica que 74% dos brasileiros assistem vídeos, programas, séries ou filmes pela Internet. Esse tipo de serviço começou a se tornar popular no Brasil a partir de 2011, quando a Netflix, streaming mais popular ao redor do mundo, chegou ao país. Nos últimos anos, vários serviços estrangeiros também chegaram ao Brasil, como Amazon Prime Video, HBO Go e Disney Plus. Também foram lançadas plataformas nacionais, como Globoplay, Playplus e Darkflix.
Outra novidade mais recente dos serviços de streaming, impulsionada principalmente pelo fechamento dos cinemas durante a pandemia da Covid-19, é o lançamento de filmes de forma simultânea na tela do cinema e para aluguel nos serviços de streaming. A Warner Bros, por exemplo, anunciou que todos os filmes lançados no cinema em 2021 estarão disponíveis no mesmo dia para aluguel via streaming HBO Max, que chegará ao Brasil em junho deste ano. O consumidor terá que pagar um valor a mais para acessar esses lançamentos. A lógica é semelhante a de quando alugávamos fitas cassetes e DVDs em locadoras de vídeos.
Mas quanto isso custa para o consumidor? Uma assinatura de serviço de streaming audiovisual no Brasil varia entre 10 a 50 reais, dependendo de qual plataforma e quantas pessoas terão acesso ao conteúdo. O aluguel de Raya e o Último Dragão, filme lançado simultaneamente no cinema e streaming no dia 04 de março, tem o custo de R$69. Vale lembrar que o consumidor não tem acesso a uma cópia física e infinita do produto, mas tem o acesso enquanto manter a assinatura.
Se o valor para consumir filmes e séries legalmente está caro, o consumidor procura outra maneira de ter acesso a esses produtos, de forma ilegal, ou como são popularmente chamados, filmes e séries piratas. Dados do Google Trends mostram que, nos primeiros meses da pandemia e isolamento social, a busca por “filmes grátis” teve um salto de 49% no Brasil. Enquanto que, “séries grátis” nunca foi mais pesquisado em nosso país do que em março e abril de 2020. Apesar de ser uma prática ilegal, a pirataria também possibilita a democratização dos produtos culturais, ao possibilitar que consumidores que não podem pagar por um produto, tenham acesso. E no período que estamos vivendo, no qual as recomendações são de isolamento social, assistir séries e filmes é mais do que nunca um momento de lazer que todos devem ter acesso.
Ficha Técnica
Repórter: Daniela Valenga
Publicação: Kauana Neitzel e Mirella Mello
Supervisão: Manoel Moabis