Confira o comentário em video de Denise Martins, e logo em seguida a versão em texto.

 

 

A transparência de dados em contexto de pandemia é extremamente necessária e uma demonstração de comprometimento com a democracia. Contabilizar casos, óbitos e vacinas aplicadas dão a dimensão da realidade local da doença e viabilizam quais medidas tomar, o grau de seriedade, os cuidados que deverão ser feitos para evitar um estado de calamidade pública.
O primeiro registro do Covid-19 em Ponta Grossa foi em 21 de março de 2020 no bairro Cara-Cará. Já a primeira morte pela doença foi confirmada dois meses e meio depois, em 9 de junho. Desde maio, a Prefeitura divulga boletins diários dos números da Covid na cidade, dimensionando o contexto local. Já a (Sesa) Secretaria de Saúde do Paraná faz o registro da evolução da doença em todo o estado. Contudo, ao comparar os dados do município com os dados estaduais, é possível perceber uma diferença. No dia 29 de março, o Sesa contabilizou 27.247 casos acumulados e 546 óbitos acumulados em Ponta Grossa. O município no mesmo dia registrou 29.297 casos e 637 óbitos. Uma diferença que é de 2.050 casos e 91 óbitos.
Estamos tratando de vidas perdidas e monitoramento de uma doença que se agrava globalmente e milhares de pessoas são afetadas. Os dados são públicos e disponíveis para todos através de fontes oficiais que representam entidades de saúde. É a partir dos dados da evolução da doença que são definidas as políticas de enfrentamento à Covid-19. Se o estado tem uma quantidade de pessoas contaminadas diferente do que o município registra, é possível que essas políticas de contagem e informação sejam enviesadas.

 

Ficha Técnica
Repórter: Denise Martins
Publicação: Daniela Valenga
Supervisão: Muriel Amaral

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