Confira o comentário em video de David Candido, e logo em seguida a versão em texto.

 

O Brasil tem um histórico cultural variado, a diversidade é a marca que identifica nosso país no mundo inteiro. Porém, quando se trata de apoio a expressão cultural, a diversidade não é valorizada. 80% dos curadores de arte negros do Brasil trabalham de maneira independente e apenas 20% estão ligados à alguma instituição. Quando um curador está vinculado a alguma instituição cultural ou de ensino, adquire maior capacidade de investimento e segurança financeira. 

Um levantamento da Rede de Pesquisa e Formação em Curadoria de Exposição deixa claro a disparidade racial dentro do mercado das artes. Os dados mostram que apenas 2% dos curadores paranenses que atuam em galerias situadas no Paraná, são negros. O levantamento traz como exemplo o Museu de Arte de São Paulo (MASP), fundado em 1947, contratou suas primeiras curadoras negras, Horrana de Kássia e Amanda Carneiro, apenas em 2018, e a primeira curadora indígena, Sandra Benites, somente em 2019. 

Outro problema é que quando se fala em cultura afro, exposta em espaços de alcance internacional ou com grande capital, a prioridade é vender a dor das minorias. Negros, negras e índigenas não são feitos apenas de ausências. A beleza da arte com raízes afros e indígenas é quase sempre deixada de lado no Brasil. Neste sentido, os negros e negras precisam vencer duas barreiras, a primeira que é conseguir espaço para expressar sua arte como uma profissão e a segunda que é fugir do esteriótipo artistíco imposto por galerias, espaços e nichos de arte, que valoriza apenas o sofrimento.

Ficha Técnica

Repórter: David Candido

Publicação: Teodoro Anjos

Supervisão: Muriel Amaral