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Pôster da série "Coisa Mais Linda". Reprodução: Netflix

A série Coisa mais Linda, da Netflix, aborda temas como machismo, feminismo e abusos. Conta a história de Malu, Adélia, Thereza e Lígia, protagonista desta resenha.

Assim como muitas mulheres, Lígia sofre diversas agressões de seu “bom marido”, Augusto. No entanto, aos olhos da sociedade, o casamento dela é perfeito, com um homem rico, inteligente e protetor.

Apesar da série se passar nos anos de 1950,  infelizmente ainda existem casos assim, cada vez mais sabemos de agressões. Mulheres sofrem abusos de pessoas que em seu ponto de vista eram confiáveis. Isso quando não têm seus sofrimentos expostos na mídia, como, por exemplo, o caso da atriz Klara Castanho, ou somente para seus conhecidos, pessoas que podem não ter o menor interesse em ajudar e que ainda julgam.

Para elas, a culpa é da mulher que deixou o marido irritado, escolheu a pessoa errada para se relacionar (como se um relacionamento abusivo começasse ruim), estava com uma roupa curta ou falou com desrespeito.

Coisa mais Linda traz uma cena extremamente marcante, o estupro sofrido por Lígia pelo seu marido. É chocante como podemos sentir a dor, a tristeza e o medo da personagem. A intenção do diretor é mostrar os sentimentos das mulheres que sofreram e ainda sofrem com isso, mas com muito profissionalismo e cuidado.

Além dos abusos, a série aborda o aborto clandestino feito por Lígia, lembrando novamente que a série se passa na década de 50 e que ainda o aborto é algo ilegal no Brasil. Ainda é, aliás, na maioria dos casos, e não precisamos nem comentar o atraso no pensamento dos brasileiros. As mulheres deveriam poder escolher o que fazer ou não fazer com seus corpos.

A trama nos faz pensar sobre todos os “casamentos felizes” que existem, todos os Augustos que podemos trombar pelo caminho, todos os julgamentos e mais ainda sobre como as mulheres do século 21, no ano de 2022, ainda vivem como as mulheres dos anos de 1950, do século passado.

Ficha técnica
Reportagem: Camila Ribeiro da Silva
Edição e publicação: Maria Luiza Pontaldi
Supervisão de produção: Marcos Zibordi
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

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