ASMR, termo criado em 2010 pela participante de fórum online Jennifer Allen, significa “resposta sensorial autônoma do meridiano”. Esse nome chique se refere a pessoas sussurrando e fazendo barulhos distintos bem perto do teu ouvido com o intuito de te relaxar e fazer dormir. Confesso que sou fã assídua dessa prática desde 2018 e assisto mais pelo “role-play” (historinha) do que pelo relaxamento em si.
Mas como tudo que criam de bom, sempre tem alguém para estragar, recentemente começaram com a moda de “spit painting” que, para resumir, consiste em alguém babando nos dedos para simular que está passando na tua cara e fazendo uma pintura. Da onde que se pode imaginar que alguém passando cuspe na tua pele é relaxante? Tá certo, tem louco para tudo e alguns podem até gostar dessa prática (até mesmo na vida real), mas para mim isso é o mais repugnante do ASMR até hoje.
Sério, nem os mukbangers (pessoas que comem perto do microfone), que mastigam igual trogloditas e sujam a cara inteira enquanto apreciam a comida de boca aberta, são tão nojentos quanto essa pintura de saliva.
Às vezes, tudo o que quero é dar uma relaxada assistindo Latte ASMR com sua voz fofa e os cenários bem produzidos, ou até mesmo ouvir o barulho educado da mastigação do Zach Choi e, quando percebo, o modo de reprodução automática começa com o projeto de banho de gato e acaba com minha alegria.
E alguns canais que começaram com essa prática são até bons, como o Yazzie ASMR, mas sempre que postam vídeo com pintura de cuspe me dá vontade de cancelar a inscrição e ainda denunciar o canal. E talvez ainda pesquisar quem criou isso para, honestamente, perguntar qual tipo de minhoca tem dentro da cabeça (sem querer ofender quem gosta, mas, sério, busque terapia).
Para resumir, esse tipo de ASMR é tão ruim que até mesmo ouvir uma hora ininterrupta de Gusttavo Lima seria menos doloroso. Além de que é esse tipo de conteúdo bizarro que mancha a imagem do ASMR e leva as pessoas a acharem que todos os vídeos são igualmente horríveis.
Então, caso você nunca tenha tentado dormir com um ASMR de fundo, não sabe o que está perdendo; e caso ainda não conheça o “spit painting”, continue assim se quiser permanecer feliz.
Ficha Técnica
Aluno: Eduarda Guimarães
Publicação: Maria Eduarda Ribeiro
Supervisão de produção: Marcos Zibordi
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Mauricio Liesen