Instituto indica que 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável

O município de Ponta Grossa ocupa a 10ª posição no ranking nacional em qualidade de coleta e tratamento de esgoto, de acordo com pesquisa elaborada pelo Instituto Trata Brasil, divulgada no final de março. A 16ª edição do Ranking do Saneamento destaca os resultados do investimento em saneamento no país e os possíveis benefícios que podem trazer ao Paraná até 2040. Para produzir os estudos, o instituto buscou os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Na análise, foram avaliados os indicadores de atendimento total de água (distribuição de água e esgoto), investimento total e médio per capita e indicador de perdas em distribuição e volume de água. 

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Em 2022, Ponta Grossa registrou 99,99% da coleta e tratamento de esgoto, índice que indica coleta universal, ou seja, apresenta abrangência maior à população, segundo o Marco Legal do Saneamento Básico, implementado pela União em 2020. Ainda segundo a pesquisa, a cidade avançou uma colocação em relação ao ano passado, quando ocupou a 11ª posição. Entre os dez melhores municípios, há outros dois municípios paranaenses, Cascavel e Maringá, que ocupam respectivamente a nona e a primeira posição. 

Segundo o engenheiro hidráulico e prestador de serviços à Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Daniel Ricciely Alves, Ponta Grossa tem poucas regiões que não são atendidas pela rede de água e esgoto. “Algumas regiões mais distantes da cidade contam apenas com a rede de água, mas na nossa experiência são casos esporádicos como o Distrito Industrial. E em muitos casos onde não há rede de esgoto, a Sanepar trabalha para aumentar a rede e suprir a demanda”, afirma. Ainda de acordo com Alves, o investimento no saneamento traz inúmeras vantagens além da melhora na  qualidade de vida. “São muitos os benefícios, além da qualidade de vida para as pessoas, por ter água tratada e tratamento de esgoto, mas também uma conservação ambiental adequada, e um grande atrativo para instalações de novos empreendimentos na região”, afirma.

O estudo do Instituto Trata Brasil destaca que cerca de 32 milhões da população brasileira não tem acesso à água potável. Em relação ao tratamento de esgoto, 90 milhões de brasileiros são contemplados pelo serviço efetivo de coleta, destes, 52,2% é tratado adequadamente. 

Segundo os relatórios e dados publicados pelo instituto, a partir de 2023, os benefícios econômicos destinados à coleta de esgoto nacional devem alcançar R$ 82,524 bilhões. Há também estimativa de uma crescente geração de emprego das redes de coleta, de aproximadamente 60 mil postos de trabalho garantidos na região. O indicativo é de que para cada um real investido em saneamento, o Brasil deve ter ganhos sociais de três reais e dezesseis centavos.

Em nota, Luana Siewert Pretto, Presidente-Executiva do Instituto Trata Brasil comenta sobre a importância e responsabilidade dos municípios com o saneamento. “Esta edição do ranking destaca que, além da necessidade dos municípios alcançarem o acesso pleno à água potável e coleta de esgoto, o tratamento dos esgotos é o indicador mais distante da universalização nas cidades, mostrando-se o principal gargalo a ser superado. Temos menos de 10 anos para cumprir o compromisso de universalização do saneamento que o país assumiu para com os seus cidadãos. Ainda assim, cinco capitais da região Norte e três da região Nordeste não tratam sequer 35% do esgoto gerado. Neste ano, de eleições municipais, é preciso trazer o saneamento para o centro das discussões”.

 

Ficha Técnica:
Produção: Gabriel Alexandre Ribeiro
Edição e publicação: Ana Beatriz de Paiva e Laura Urbano 
Supervisão de produção: Muriel Amaral
Supervisão de publicação: Candida de Oliveira e Luiza Carolina dos Santos