Tradicional dos Estados Unidos, festa ganha cada ano mais adeptos no Brasil


Se antes o dia 31 de outubro passava despercebido no calendário brasileiro, hoje é dia de celebração. A data que faz com que muitas pessoas tirem do armário fantasias de monstros ou personagens de destaque (reais ou ficção) também entra no gosto de brasileiros. Basta andar pelas ruas do centro de Ponta Grossa e perceber que a festa do Dia das Bruxas, a cada ano, ganha mais adeptos. Escolas, lojas, bares e casas noturnas também entram na brincadeira ao decorarem seus espaços em alusão ao terror dos filmes e do imaginário coletivo.

 

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Comemoração ganha espaço até nas casas dos brasileiros | Foto: Maria Helena Denck

 

Eduarda Dias tem 18 anos e desde os seis comemora o Helloween. Para a estudante, a celebração inclui se fantasiar, ir a festas temáticas e ter a companhia do pai nos filmes de terror. “Sou apaixonada pelo mundo do terror. Fui me aprofundando e me apaixonando por personagens e suas caracterizações, as quais posso reproduzir apenas no Halloween sem julgamentos”, explica.

 

Rafaela Martins, de 23 anos, teve experiência semelhante. Ela começou a gostar da data quando era pequena, por conta dos filmes de terror que assistia com a família. Para ela, o halloween traz memórias afetivas, o que faz com que nunca passe em branco. “Quando eu era menor, o halloween não era comemorado aqui no Brasil como é hoje, então muitas vezes tive que inventar sozinha maneiras de celebrar”, afirma.


Para algumas pessoas, a tradição chegou mais tarde, com a popularização da festa no Brasil. Jamile Chueiri, de 20 anos, começou a participar das celebrações há dois anos, apesar de gostar da data desde criança. Ela conta que a demora veio devido à religião da família, que a impedia de comemorar por ser uma festa pagã. “No Brasil, tem um tabu em cima do halloween, por muitos acharem que é uma festa de adoração ao demônio, o que me entristece muito”. Para ela, os assuntos de bruxa não se limitaram às fantasias do dia 31 de outubro. Jamile pratica bruxaria como uma forma de expressão religiosa e não nega que ainda há muito preconceito. “Eu considero o Dia das Bruxas um evento muito bonito, e acredito que, se a origem fosse mais conhecida, não existiria tanto medo em relação a ele”, explica. 

 

Ficha técnica
Reportagem: Maria Helena Denck
Edição e publicação: Cassiana Tozati
Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Ricardo Tesseroli e Marcelo Bronoski