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- Produção: Maria Vitória Carollo
- Categoria: Cultura
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Diversidade de obras, espaço para diálogos culturais e manutenção do hábito são atrativos para o público
O Clube do Livro do SESC Estação Saudade foi criado em 2020 durante a pandemia | Foto: João Agner
Os clubes de leitura estão ganhando espaço na cidade e atraindo participantes de diversas faixas etárias, que veem nesses encontros uma oportunidade de refletir e compartilhar opiniões sobre temas literários e culturais. Em um contexto em que os conteúdos digitais são cada vez mais variados e atrativos, essas iniciativas surgem como uma tentativa de recuperar o hábito da leitura.
O Entre Livros e Cafés surgiu a partir da vontade de Laura Silveira, organizadora do clube, de retomar o hábito de ler cotidianamente, que foi afetado pelos compromissos da graduação. A princípio, ela passou a fazer anotações sobre os livros que lia, mas sentia que precisava compartilhar suas impressões com outras pessoas. Atualmente, o grupo conta com 15 integrantes, de idades entre 20 e 60 anos. “Acho muito legal essa interação com pessoas diferentes, de idades, profissões e vidas diversas”, comenta Silveira.
O grupo ainda é recente, mas despertou o interesse de pessoas que, assim como Silveira, tiveram o hábito de leitura interrompido por conta de suas rotinas. Jéssica Hegler conheceu o Entre Livros e Cafés por meio do Instagram e acredita que ele tem potencial para incentivar a retomada desse hábito. "Eu espero que ele possibilite novas percepções, e que eu possa dividir as perspectivas e ouvir o que os meus colegas acham dos livros”.
O Clube do Livro do SESC Estação Saudade é outra iniciativa e está em atividade no município há cinco anos, e integra um conjunto de atividades sistemáticas da rede de bibliotecas do SESC. Os encontros acontecem semanalmente e um dos seus principais diferenciais é a leitura em conjunto no decorrer das reuniões. Os membros se reúnem aos sábados, fazem uma rodada de leitura em voz alta e depois conversam sobre o que leram . O clube conta com 12 integrantes, de idades entre 19 e 80 anos, e reúne artistas, autores e leitores iniciantes e experientes, ou que estão buscando retomar a leitura. João Agner é coordenador do grupo e, para ele, os diálogos propiciados pelos clubes são essenciais para a literatura. “ Vir para um clube e perceber que a sua opinião é ouvida, que você pode partilhar e contar a sua conexão pessoal com a leitura, contribui com o desejo de continuar lendo.”
A leitura no Brasil
Dados da pesquisa “Panorama do Consumo de Livros” cerca de 84% da população brasileira acima de 18 anos não comprou nenhum livro nos últimos 12 meses. O estudo realizado pela Nielsen BookData, encomendado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), aponta que 60% dessas pessoas que estão deixando de comprar livros consideram o hábito da leitura importante, mas se sentem desmotivadas para comprar livros. Os principais fatores citados são preço, ausência de loja e falta de tempo.
Ficha Técnica
Produção: Maria Vitória Carollo
Edição e publicação: Gabriel Aparecido
Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza
Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado
- Detalhes
- Produção: Eduarda Breus Macedo
- Categoria: Cultura
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O Portal Periódico entrevista Bruno Grupe, pai de santo e um dos organizadores do bloco Zé Pelintra que une samba, umbanda e busca por visibilidade
O bloco Zé Pelintra foi campeão na competição de blocos de carnaval 2024, em Ponta Grossa.
Além de terem origens semelhantes, o samba e as práticas da umbanda ganharam outros contornos em Ponta Grossa. Bruno Grupe, pai de santo, uniu as duas propostas e, neste ano, ele e outros adeptos da religião desceram a avenida ao som de samba. O pai de santo do terreiro Esperança Sagrada fundou o bloco de Carnaval Zé Pelintra, que conquistou o prêmio em 2024 em sua primeira participação.O bloco é o primeiro de umbanda da cidade e o nome faz menção à entidade que é considerada o rei da malandragem, das ruas e das madrugadas. Por esse caldeirão de diversidade, Bruno Grupe recebeu a equipe do Periódico para abordar sobre samba, religião e preconceito.
Primeiramente, quem é o Bruno?
BG: Eu, profissionalmente, atuo como psicanalista, tenho formação de base em Filosofia e Sociologia, e mestrado em História. Mas isso não diz quem eu sou e sim o que eu estou fazendo por aqui. Eu sou dentro das minhas experiências espirituais e de vida , assim como eu e as outras pessoas somos espíritos, somos conscientes que estamos compartilhando algumas experiências divinas aqui na terra. A minha base de referências de mundo são baseadas na religião da umbanda. Então, eu sou um sacerdote de umbanda também. E tento conciliar ao longo dos meus estudos a minha espiritualidade e minhas práticas, para que eu consiga ter uma vivência equilibrada. Resumidamente, quem é o Bruno? Eu sou um cara que está andando aí pelo mundo tentando fazer o melhor para si e para os outros.
Como você se encontrou na religião?
BG: A minha trajetória dentro da religiosidade de umbanda começou em 2014. Antes disso, eu sempre tive uma curiosidade relacionada à magia, ocultismo, magia do caos, essas coisas. Eu estudava por conta própria, desde minha adolescência. Mas eu só consegui encontrar a umbanda em 2014. A partir daí, eu me coloquei como aprendiz e comecei lá no Luz de Oxum, no terreiro da mãe Nice. Ela é minha mãe de santo e me consagrou, em 2019, como pai de santo também. Foi quando eu tive liberação para seguir minha jornada e começar a lidar no meu terreiro que é o Esperança Sagrada. E quando eu me assumi umbandista, percebi que várias pessoas se afastaram de mim, inclusive parentes, amigos e eu não compreendia muito o porquê. Se era algo que estava me fazendo bem, não fazendo mal para ninguém e, ainda assim, as pessoas se afastaram de mim, eu pensei: será que essas pessoas realmente queriam meu bem? No fim, essas pessoas que se afastaram acabaram não fazendo falta; chegaram novos amigos.
Como começou o seu bloco de Carnaval do Zé Pelintra?
BG: O bloco de Carnaval, na verdade, foi uma questão que a minha esposa começou a criar. Um amigo da minha esposa disse para a gente inventar alguma coisa para o Carnaval, que teria alguns meses para se organizar, mas ela deixou meio por cima a ideia. Daí, em uma gira que teve aqui no terreiro, seu Zé Pelintra chegou e cobrou assim: “Vocês nunca fazem festa para mim. Já que vocês nunca fazem, vocês vão fazer uma, mas uma bem feita. Vocês vão fazer um Carnaval para mim”.Minha esposa lembrou da questão do bloco. No final das contas, faltava um dia para acabar as inscrições e a gente fez a inscrição do bloco do Zé Pelintra. Tínhamos um mês para nos organizarmos para apresentar mesmo. Tinha um axé espiritual rolando também para movimentar as ideias da própria cidade. A gente ganhou a questão dos blocos, mas a gente sabe que vai muito além disso. Isso abre caminho para todo mundo poder fazer também.
Qual a importância de um bloco umbandista ter ganho essa visibilidade por ganhar o Carnaval, já que Ponta Grossa é uma cidade mais conservadora?
BG: É bem importante porque a gente precisa ocupar espaços, a gente é invisibilizado. Há alguma atenção pequena, mas não é muito na questão de organização dos terreiros da cidade. Então, é importante ocuparmos os espaços,mostrarmos que existimos. O cidadão conservador acha que não é importante porque não existem terreiros em Ponta Grossa, mas há boatos que existem mais de cinco mil terreiros na cidade. Terreiros são considerados grupos religiosos que não são católicos, não protestantes e que trabalham, às vezes, de maneira esotérica ou mística. Então é uma quantidade muito grande de religiosidade “não padrão”, já que o padrão é o cristão.
Você sentiu algum tipo de preconceito no desfile?
BG: Eu, pelo menos, não percebi nada. Eu estava desfilando com alguidar de uma oferenda para o seu Zé Pelintra. Em cada encruzilhada que eu passava, eu jogava uma rodela de cebola para traz e batia no meio da encruzilhada, e fui fazendo isso pela Vicente Machado inteira. Posso dizer que eu fiz uma macumba na cara da sociedade, no meio da avenida. Eu usei elementos naturais para abrir caminhos para esse bloco de Carnaval e os futuros blocos que vão chegar ainda. Alguns filhos da casa perceberam algumas caretas, algumas pessoas ficaram de costas para não ver, mas foram poucos comparados pela quantidade de pessoas.
Como estão os preparativos para o ano que vem?
BG: A minha esposa está organizando, ela fez uma equipe do terreiro pra cuidar disso. Eles fazem reuniões, conversam entre si, já têm várias ideias a mais para acrescentarmos, como novos instrumentos. A gente, talvez, trabalhe com alguma outra entidade dentro do bloco. Têm vários detalhes que a gente quer acertar e convidar outros terreiros também para participar.
Você já passou por situações de intolerância religiosa?
BG: Já. A vida do macumbeiro é uma constante de intolerância religiosa. Aqui dentro do terreiro, têm muitos filhos e filhas de santo que os familiares não toleram que seja da religião de umbanda. Se as pessoas têm dúvidas, que venham na nossa gira e tirem suas dúvidas. Têm vários e vários vídeos na internet explicando sobre umbanda. Então, a pessoa que se fecha na sua ignorância, na sua própria bolha, que não está disposto a aprender sobre outras religiões, talvez não saiba nem sobre a própria. Eu também ando com uma guia vermelha e preta e as pessoas normalmente ficam olhando com um olhar de curiosidade. Mas, há vezes que é tipo: “nossa, macumbeiro,!Está fazendo maldade para os outros”.
Como você vê a percepção da sociedade em relação às religiões de matriz africana/indígenas?
BG: Eu vejo que, comparado há 10 anos, quando eu comecei, tem se aberto muito graças a vídeos, divulgação e palestras. As pessoas têm tido muito acesso a esses conhecimentos e isso é ótimo. Eu tenho um ditado: intolerância a gente combate com conhecimento. De uma parte, há mais conhecimento e informação, há muitas pessoas se mostrando umbandistas, que ficavam escondidas em casa. Hoje em dia, temos terreiros que abrem as portas, mostram a cara e estão fazendo os serviços sem medo de ser feliz. Por outro lado, há um número maior de pessoas reacionárias que querem colocar o cristianismo como a única coisa que eles querem acreditar.
Como é possível combater essa intolerância?
BG: Muito é pela partilha de conhecimento. Algumas pessoas chegam e perguntam e a gente vai conversando e explicando. Elas estão propagando esse conhecimento e vivências também. Outra maneira é ocupar espaços, fazer bloco de Carnaval, ir à rua, mostrar a cara e não ter vergonha de mostrar-se umbandista.
Como você avalia a legislação atual em relação à proteção contra a intolerância religiosa?
BG: Na teoria, nós temos uma legislação que nos protege e nos dá amparo e sustentação para qualquer tipo de intolerância, racismo e preconceito. Mas, na prática, a legislação é dominada por pessoas conservadoras. Há a possibilidade de fechar uma avenida inteira por um dia inteiro no dia de Corpus Christi, e a gente não consegue fazer por uma hora no meio da encruzilhada.
Como é trazer uma religião de matriz africana para o Brasil?
BG: Na realidade, a umbanda é brasileira. A umbanda e o candomblé são religiões brasileiras, com influência africanas. Quando os negros vieram da África, o culto aos orixas é diferente do daqui. Porque lá, na África, uma tribo inteira cultua um único orixá. Quando chegaram aqui, eles misturaram todo mundo para que ninguém conseguisse falar a mesma língua e não conseguissem se organizar para uma rebelião. Então, pessoas de várias tribos se misturaram e havia alguém que cultuava Ogum, outro rum de Xango, Oxum e, assim, foi misturando esses orixás. O culto aqui é de vários orixás. São pelo menos 16 orixás cultuados no candomblé, mas são mais de 200 na África. E na umbanda, por consequência, ela vai pegar um hibridismo de maneira harmônica, vai pegar a matriz africana, a matriz índigena, da matriz cristã, e vai fazer uma mistura de alguns fundamentos.
O que você espera para o futuro em relação à intolerância e ao respeito pelas diversas religiões no Brasil?
BG: Eu espero, do fundo do coração, que as pessoas tenham ciência de si mesmos. Porque ninguém pode dar o que não tem. A pessoa tem que ter ciência de si mesma para que comece a pensar ao seu redor.
Qual é a sua mensagem para aqueles que ainda têm preconceito ou desconhecimento sobre as religiões?
BG: Se permita conhecer. Você não pode falar mal do que você não conhece. Se você estiver difamando algo que não conhece, você está pecando. Um dos mandamentos fala não levantar falso testemunho. Você está levantando falso testemunho sobre algo que você não conhece. Você não precisa concordar com as pessoas de outras religiões, apenas respeitar, cada um com a sua fé.
Ficha Técnica
Produção: Eduarda Breus Macedo
Edição: Annelise dos Santos
Publicação: Karen Stinsky e Lívia Maria Hass
Supervisão de produção: Muriel Emidio Pessoa do Amaral
Supervisão de publicação: Kevin Furtado
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- Produção: Ana Beatriz de Paiva
- Categoria: Cultura
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Iniciativas estimulam prática de atividades físicas
As aulas mesclam conhecimentos práticos e teóricos nas modalidades de ballet clássico e jazz. | Foto: Ana Beatriz de Paiva
O projeto Dança UEPG oferece aulas de ballet clássico e jazz para crianças com idades entre 6 e 14 anos. As aulas são abertas ao público e acontecem no Bloco J do Campus Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa, todas as terças e quintas, das 16h15 às 18h. As crianças interessadas podem fazer uma aula experimental. A nscrição custa 30 reais e a mensalidade, 60 reais. A professora responsável, Silvia Ribeiro, afirma que é importante levar a dança para a comunidade e estimular a participação das crianças. Além do aprendizado semanal, a ação também levou as alunas a participar de grandes festivais de dança do Brasil, como o Setembro em Dança, que acontece em Ponta Grossa, o Festival Desterro, em Florianópolis (SC), e o Festival Mery Rosa Kids, em Itajaí (SC).
Marcelle Schoembaecler é professora do projeto Dança UEPG há três anos e explica os benefícios da prática . “A dança é importante tanto no desenvolvimento social quanto na melhora da coordenação motora. Muitas mães já me agradeceram e disseram que observaram evolução, melhora na atenção, e que até as notas na escola aumentaram”.
Gislaine Aparecida, mãe de Isabele Maria, de 8 anos, conta que a filha desejava fazer aulas de dança e que o projeto foi responsável por realizar o seu sonho. Ela afirma que desde que iniciou as aulas , percebeu o desenvolvimento da filha. “Ela está mais atenta, a coordenação motora e a disciplina melhoraram bastante. As oportunidades que essa atividade traz são muito boas”.
Outro projeto que contribui para a popularização das artes cênicas é o Dança nos Bairros. Promovido pela Cia Artheiros, oferece aulas de dança e de circo acrobático, a partir de 35 reais, em quatro polos de Ponta Grossa, além de um em Carambeí e outro em Castro. Idealizado pela professora Camila Leria, o projeto propõe facilitar o acesso à cultura para crianças de localidades periféricas. Em 2024, o Dança nos Bairros completou 10 anos e promoveu uma mostra de dança no Cine-Teatro Ópera para celebrar a data.
Maria Clara Moreira, de 16 anos, sonhava em ser dançarina e iniciou sua formação em ballet clássico aos 7 em um projeto gratuito da Prefeitura de Carambeí. No entanto, a iniciativa foi finalizada e ela foi convidada a participar do Dança nos Bairros. Maria conta que sofreu um acidente grave que a deixou afastada do ballet por um ano e, mesmo com receio de voltar a fazer aulas, a professora Camila a incentivou. “Minha volta foi bem difícil, perdi muita coisa no tempo que fiquei parada, mas com todo apoio e paciência da Camila, eu consegui recuperar o ritmo mais rapidamente”, relata.
Ficha Técnica
Produção: Ana Beatriz de Paiva
Edição e publicação: Diogo José Laba, Iolanda Lima e Joyce Clara
Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Kevin Furtado
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- Produção: Loren Leuch
- Categoria: Cultura
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Artistas ponta-grossenses familiarizados com desenho e pintura destacam autonomia na tatuagem como uma maneira de sustento
A tatuagem é uma cultura que se populariza cada vez mais no Brasil. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro-Empresas (SEBRAE), existem mais de 22 mil estúdios de tatuagem no país. Essa manifestação artística é uma forma de eternizar algo na pele. Muitas delas têm um significado especial, já outras, nem tanto. O tatuador é o artista responsável por transformar um desenho que está no papel em uma arte fixada na pele humana.
Uma flash tattoo é uma arte única, apenas uma pessoa pode comprar e tatuar | Foto: Loren Leuch
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- Produção: Mariana Borba
- Categoria: Cultura
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Itens do antigo Museu Época e acervos do Centro de Música representam aspectos históricos de importantes bandas da cidade
Ao adentrar no Centro de Música de Ponta Grossa, localizado no bairro de Olarias, é possível perceber uma nova sala no local. O Memorial da Música, inaugurado em março deste ano, compõe acervos que resgatam a história da música da cidade. Dentre os objetos expostos, estão instrumentos musicais, prêmios, fotografias, vitrolas e gravadores. Além disso, nas paredes existem textos que narram as histórias de importantes entidades e artistas da cidade. Como é o caso da Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa, da Banda Escola Lyra dos Campos e do compositor e maestro que dá nome ao Conservatório do Centro de Música, Tenente Paulino Martins Alves.
De acordo com o historiador Fábio Maurício Holzmann Maia, a música marcou o século XIX na história da cidade. Dentre o acervo do Memorial de Música, a sala expõe objetos da Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa. Holzmann afirma a relevância destes objetos: “Dentro do panorama nacional, a Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa é fundada apenas 14 anos depois da Orquestra Sinfônica Brasileira.” Fábio já foi músico e, atualmente, se dedica à pesquisa da história da música na cidade. Um de seus livros, “Bandas de Música - Patrimônio Cultural de Ponta Grossa” está disponível para leitura no Memorial.
O Secretário de Cultura do Município, Alberto Portugal, afirma que a montagem de uma sala de exposições teve como objetivo contar passagens da música pela história de Ponta Grossa. O secretário destaca o início da Banda Escola Lyra dos Campos, que completa 42 anos em 2024. Para Portugal, a cultura vai além do hobby e o Conservatório Maestro Paulino agrega na formação humana. O secretário ainda fala da intenção da Secretaria de Cultura em propor o tombamento do Memorial. “Ter uma sala que fique de forma perpétua voltada a guardar memórias de um determinado assunto garante que a gente olhe para o nosso passado para podermos planejar o nosso futuro”, afirma.
O Memorial de Música está aberto para visitação de segunda a sexta, das 8h às 21h | Foto: Mariana Borba
História dos objetos
De acordo com a museóloga da Casa da Memória, Samara Hevelize de Lima, as peças expostas fazem parte do acervo do antigo Museu Época, desativado desde 2016. Também, doações da comunidade para o Conservatório compõem a sala histórica. “Durante o processo de deslocamento do acervo do Museu Época para a Mansão Villa Hilda, realizamos a definição prévia dos objetos que serviriam para o Memorial da Música. Após a higienização preventiva de todo o material pré selecionado, definimos quais seriam pertinentes e atrativos para exposição”, explica.
Dos objetos expostos, destacam-se aqueles antes pertencentes ao Maestro Paulino. Além daqueles vinculados à banda Lyra dos Campos, como destaca Samara ao citar o Bastão de Baliza de 1958. Fábio Holzmann evidencia o clarone, instrumento musical de sopro da família do clarinete, utilizado pela mesma banda, importado da Itália na década de 50.
Clarone utilizado pela Banda Lyra dos Campos faz parte da exposição do Memorial | Foto: Mariana Borba
Serviço
O Memorial da Música está aberto ao público das 8h às 21h, horário em que o Centro de Música funciona. Este localiza-se na rua Frederico Wagner, 150, no bairro de Olarias.
Ficha Técnica:
Produção: Mariana Borba
Edição: Betania Ramos da Silva
Publicação: Betania Ramos da Silva
Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza
Supervisão de publicação: Luiza Carolina dos Santos e Cândida de Oliveira