Satélite Cultural oferece oficinas que capacitam a população para apresentações em bairros e comunidades de PG
Com orçamento de aproximadamente R$100 mil, o projeto Satélite Cultural realiza oficinas de capacitação em iniciativas culturais voltadas a apresentações, shows e espetáculos nos bairros e comunidades do município. Atualmente são oferecidos quatro cursos e, até o final de 2023, serão 13. “A proposta é que a comunidade tenha acesso a essas oficinas e conheça todas as possibilidades que a cultura oferece”, explica Alberto Portugal, secretário de cultura de Ponta Grossa. Até o momento, quatro professores, selecionados por processo seletivo, integram o grupo do projeto.
Fenata é um dos projetos de democratização da cultura em Ponta Grossa | Foto: Mel Pires/Foca Foto
As aulas contemplam artes visuais, dança, teatro e música, e acontecerão nos bairros da cidade semanalmente. A Secretaria de Cultura firmou parceria com a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social para utilizar os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) como pólos de cultura, onde serão realizadas as oficinas com turmas de até 12 pessoas. “Chegando próximo às comunidades, vamos ter a possibilidade de desenvolver novas linguagens e pesquisas, além de colocar a comunidade como produtora de cultura e artes”, afirma o secretário.
Maria Eduarda Malucelli não demorou muito tempo para se inscrever na oficina de teatro. Ela participa de aulas de teatro há mais de dez anos e na pandemia fez apenas aulas on-line. “A essência do teatro é no agora, ao vivo, corpo a corpo, e por videochamada perdia um pouco o sentido”. Com o projeto, ela viu uma oportunidade de voltar aos palcos. “O incentivo cultural na cidade tem surpreendido. Nós precisamos de cultura, do melhoramento e do incentivo cultural. Como atriz, vejo que ainda não é o ideal, mas projetos como esse já são um começo”, diz Maria Eduarda.
Professores que lidam com cultura veem com bons olhos os incentivos à cultura. Rubens Rosa, professor de música, vê a arte e a cultura como motores de desenvolvimento. “Busco me aprimorar enquanto professor, pessoa, músico e cantor. Quando ensinamos, também aprendemos”. Para ele, projetos culturais são importantes porque são direcionados para a comunidade. Acho que teremos condições de fazer um trabalho bacana. A arte é troca, por isso dependo do que os alunos me trarão para que eu possa abraçar e construir a partir disso”, comenta.
Em Ponta Grossa, o incentivo à cultura ocorre através de eventos como o Festival Universitário da Canção (FUC), Setembro em Dança e o Festival Nacional de Teatro Amador (Fenata). Desde dezembro de 2017, com a Lei nº 13.026, a cidade conta com um Plano Municipal de Cultura, que instituiu políticas públicas culturais por dez anos. A norma estabelece como objetivos a universalização do acesso à arte e à cultura, e a valorização e difusão de criações artísticas.
O Satélite Cultural é uma das medidas para fomento da área cultural ponta-grossense. A proposta é que após o período de aprendizado, os participantes realizem apresentações nos bairros da cidade, levando concertos, espetáculos e peças para a comunidade. “A partir do projeto, desejamos localizar potenciais artistas espalhados pela cidade para encaminhá-los à projetos de formação, como o Conservatório Maestro Paulino”, finaliza Alberto.
Serviço:
Para 2022, as atividades oferecidas no projeto Satélite Cultural são: Teatro Musical (quinta-feira, 18 às 20h, local a definir), Coro Infantil (terça-feira, 9 às 11h, Céu das Artes), Coral de Todos Juntos (quarta-feira, 19 às 21h, Centro de Cultura) e Coral das Vovós (segunda-feira, 9 às 11h, Mansão Vila Hilda).
Ficha técnica:
Reportagem: Isadora Ricardo
Edição e publicação: Cassiana Tozati
Supervisão de produção: Muriel E. P. do Amaral
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Ricardo Tesseroli